Amor e Ódio
Juntos na mesma caminhada
Observando a realidade cotidiana e seu mundo de identidades e diferenças, unidades e contradições, constatamos a presença do bem e do mal, do amor e do ódio, da paz e da violência, que caminham juntos, fazendo parte do mesmo convívio humano cercado de positivismos e negatividades ou otimismo e pessimismo. Assim é a vida humana. Um fluxo de possibilidades e um complexo de boas ou más tendências onde os homens e mulheres têm que conviver com suas contrariedades e adversidades, assumir antagonismos em uma rede dialética de fenômenos sociais, políticos, econômicos e culturais em que a divergência é a lei e a discórdia a norma de conduta de cidadãos e cidadãs dessa sociedade pluralista, diversificada e polivalente em que estamos inseridos todos os dias e noites. Deste modo, caminhamos cotidianamente. Eis a nossa realidade de aqui e agora. Somos ao mesmo tempo o bem e o mal, o amor e o ódio, a paz e a violência. Tal é a nossa característica social e cultural. Eis a nossa identidade diária e noturna. Somos a alteridade, a pluralidade, a diversidade, a adversidade. Somos contradição. Uma hora fazemos o bem em nossa casa, mas daqui a pouco estamos usando de violência com nossos filhos e batendo na nossa mulher. Um instante somos violentos no trabalho, todavia passados alguns momentos estamos abraçando nosso adversário e beijando o nosso inimigo. Somos dialéticos. Convivemos com os contrários. A Contradição é o nosso verdadeiro nome. Simultaneamente estamos fazendo amigos e construindo inimizades. Concomitantemente produzimos o ódio, o ciúme e a inveja, e por outro lado somos solidários com as pessoas e praticamos a fraternidade uns com os outros. Quando namorados, ocorre tanto a traição quanto a fidelidade. Quando estamos empregados, discutimos com o chefe ou abaixamos a cabeça para ele. No botequim , tomando um cafezinho, participamos de boas relações ou então geramos uma teia de intrigas, duelos e brigas, violência e agressividade, que nos afastam uns dos outros. Em certas circunstâncias, somos unidade, em outras a diferença e a contradição. Em situações onde as contrariedades aparecem, também ocorrem o abraço de amigos e o beijo de namorados. Somos diversidade e adversidade. Unidade e contrariedade. O Bem e o mal. Tal a nossa identidade dentro da sociedade de hoje. Eis o que somos, o que temos. A Natureza humana é dialética. Na vida, Deus e o diabo acontecem. Qual a nossa opção ? Eu prefiro o bem e a paz, mas sei que o mal existe e que posso me tornar violento a qualquer momento. Entre o amor e o ódio, escolho a boa amizade e a boa paquera, porém sei que estou sujeito a contradições, indefinições mentais e emocionais, e indeterminismos da consciência e da experiência. Somos bons e do bem, entretanto o mal caminha do nosso lado, o ódio frequenta nossa casa e nosso trabalho, a violência parece nos perseguir todos os dias. Apesar de tudo e de todos, ainda acredito na vitória do bem sobre o mal. Diante da paixão e do amor, o ódio fica olhando para a nossa cara. Não dá para separar um do outro. Somos a contrariedade. Mas devemos escolher o bem. Nossa lei deve ser o amor.
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