quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Orai, irmãos...

Agora, vamos orar!

Parece mesmo que nem Deus escapa da safadeza dos políticos brasileiros, que, no escândalo do mensalão de Brasília, recentemente, envolveu o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e seus assessores, secretários e parlamentares e deputados da Câmara Legislativa da Capital do Brasil, além de juízes e desembargadores participantes desse esquema de propina, no qual estiveram presentes as meias e as cuecas, os bolsos dos paletós e as malas pretas dos colaboradores dessa festa de panetones e pizzas em pleno Natal brasiliense.
Chegamos ao ponto de observar a corrente de oração em favor de Durval, Otávio, Arruda e Valente, membros articuladores desse capital roubado dos cofres públicos da sociedade brasileira, como sempre vítima inocente das malandragens e politicagens dos cidadãos eleitos pelo povo, com o povo e para o povo.
Todavia, na fundamentação da obtenção desse dinheiro sujo, encontramos mais uma vez as más intenções dos politiqueiros e os maus interesses desses vigaristas de plantão, vestidos de cafajestes do mensalão e de palermas da propina, bando de babacas ornamentados de malandragem ou grande turma de otários metidos a espertos, que transformam a política nacional em comes e bebes, vantagens financeiras e especulações econômicas, usando quase sempre como pretexto de suas corruptas falcatruas a finalidade social de seus projetos e o bem-estar cultural das populações-fantasmas que não vêem a cor do dinheiro aparentemente aplicado em seu favor nem têm a possibilidade de usufruir desses benefícios “piratas” convertidos em créditos particulares e beneplácitos individuais.
Sem dúvida, falta transparência ética em nossos políticos, autoridades e representantes do povo.
São carentes de Deus.
Não possuem a espiritualidade necessária para não se permitirem envolver em propinas de terceiros e mensalões das trevas escondidas dos cofres das instituições sociais que deveriam zelar pelo patrimônio público e pela saúde coletiva de nossas comunidades locais e regionais distribuídas pelo Planeta Continental chamado Brasil.
Estão ausentes nesse episódio porco e trágico, cruel e violento, mau e ruim, o bem que devemos fazer e a paz que devemos construir tendo em vista o bem-comum da sociedade brasileira e o bem-estar da sua gente inocente e trabalhadora.
Fora esses corruptos do Natal de Brasília!
Longe de nós esses safados e sacanas do Carnaval do Brasil!
Talvez eles achem que o carnaval brasileiro chegou mais cedo.
Ou quem sabe a Festa da Copa do Mundo trouxe a África do Sul para perto de nós.
Ou ainda pensem que o Natal é o Festival do Pré-Sal que se antecipou no tempo e mergulhou em nossos bolsos e bolsas, meias e cuecas, pizzas e panetones.
Ou pode ser que o Rei Arruda colocou uma arruda na orelha esquerda, benzeu o dinheiro-ladrão, e introduziu a oração de ação de graças a Deus pela propina enriquecida por capitais obscuros e pelo mensalão-bêbado que então encachaçou a reza dos envolvidos e embriagou os chefes da nação brasiliense em nome da moral da confusão e da ética da especulação.
É, sobrou para nós.
Nós, escandalizados com a mentira dos políticos.
Emporcalhados com a política turbulenta vinda da capital brasileira.
Sujos com o dinheiro desonesto que encantou os administradores do povo e fascinou os cofres físicos e depósitos humanos cuja metamorfose drástica são as meias e as cuecas dos deputados, as bolsas e os bolsos da gestão de Brasília, e as pizzas e os panetones que o povo nem direito tem de experimentar.
Pois bem, “agora vamos orar!
Vejam como Deus é bom para nós.
Sem trabalhar, enriquecemos.
Sem calor e suor no rosto, nos tornamos ricos e belos.
Sem esforço, somos agora os donos do Brasil.
Sem empenho algum, somos os chefes adorados pelo povo.
Obrigado, Senhor, pela propina que nos envaidece e pelo mensalão que nos embeleza de dinheiro, e nos converte em banqueiros da política brasileira.
Obrigado, meu povo, porque Deus é brasileiro.
E o Senhor habita entre nós, dentro das meias de Brasília e das cuecas do Arruda, das bolsas da capital federal e dos bolsos do Natal cheio de carnaval, e das pizzas da política brasileira que transforma panetones em propinas e vinhos em mensalões.
Vejam, meu povo, como Deus é lindo!”
Nós é que sabemos.

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