quarta-feira, 30 de março de 2011

Eternidade

Eternidade

Madrugada.
No silêncio do movimento paciente...
O Dia anoitece e a noite amanhece.
A Chuva cai, o Sol se aproxima e a Lua já foi descansar.
Alguém grita no meio do barulho do silêncio da madrugada.
É um grito de paz. É um bem que se faz.
É um amor que se pratica. É uma vida que se vive.
É uma luz que ilumina a todos e a cada um.
É uma justiça que se pratica.
É um direito que se abraça..
É uma verdade que se beija.
Alguém se chama Deus, o Senhor.

terça-feira, 22 de março de 2011

A Cultura do Descartável

A Cultura do Descartável

Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar.
Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo.
É a cultura do descartável.
Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária.
Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho.
No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições.
Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias.
Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas.
No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos.
No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões.
Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento.
Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia.
Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz.
Sim, hoje o mundo é descartável.
Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito.
Imperam os malandros.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mulheres que sofrem violência

Mulheres Violentadas
A Violência contra a Mulher

Ao ser violentada sexualmente por seu parceiro de cama, na agressividade e maltratos do marido dentro de casa, na exclusão social do morro e da favela, na humilhação do emprego e no rebaixamento de cargo ou função no trabalho, no desprezo dentro da igreja e ao ser ignorada pela moral e a religião, ao ser ofendida nos seus direitos e marginalizada na sua luta por uma vida melhor, ao ser explorada como prostituta e manipulada pela pornografia pública e privada, ao ser monopólio da corrupção sexual que a comercializa para o estrangeiro, ao ser desrespeitada pelos homens e por suas próprias colegas de vocação e profissão, no desvio de sua feminilidade e na aberração do modo homossexualista de viver, ao se tornar negócio de valor e mercadoria que dá créditos aos consumidores, ao perder a sua dignidade humana diante da maldade de seus machos e da violência de seus homens, na instabilidade da existência familiar, na inconsistência da sua vida política e na falta de apoio no seu lado profissional de viver, ao se transformar em objeto de desejo e coisa de prazer, ao sofrer as contradições psicológicas e ideológicas da sociedade, ao padecer doente em uma cama diante da indiferença dos médicos e da insensibilidade dos enfermeiros, na sua idade mais avançada quando carece por ser idosa do carinho e atenção de seus filhos e netos, na pessoa de uma mãe irreconhecível por parte do pai de família, ao receber palavrões e xingamentos de quem na verdade deveria reverenciá-la, ao se perceber inútil para a vida e sem razão de ser para a existência, no vazio de uma vida sem sentido, na solidão do isolamento e da alienação da realidade, na hora em que não tem mais identidade e autoridade junto aos seus, na tristeza da ausência de amor por parte de quem deveria valorizá-la, na agonia da dor e na angústia do sofrimento, no excesso de trabalho cujo salário é pequeno e suas condições de atividade desfavoráveis, nas contrariedades dos relacionamentos diários e nas adversidades dos comportamentos estranhos e esquisitos que é obrigada a assumir dentro e fora de seus ambientes do lar e do apartamento em que mora, nas discussões do dia a dia em que leva sempre a pior, ao se tornar insignificante para o seu companheiro de caminhada, nas agressões físicas que lhe tiram até sangue, enfim, em toda essa cultura da violência contra a mulher, deve a justiça humana defendê-la, batalhar por seus anseios e combater em favor de suas necessidades mais urgentes e emergentes.
Na justiça dos homens, que deve ser um reflexo da justiça de Deus, a mulher precisa encontrar o carinho do amor, a compreensão do namorado, o entendimento da família, a ajuda do trabalho, o remédio indispensável que cura as suas mágoas e os seus males, a religião que salva a sua vida e o poder que a liberta de toda depressão e opressão, trazendo-lhe assim liberdade para viver e existir e felicidade para sempre recomeçar e reconstruir a sua trajetória de vida.
Na justiça dos homens, a libertação da mulher.
Na justiça de Deus, a sua salvação.

terça-feira, 1 de março de 2011

Período Medieval

Idade Média
Período Medieval
Mil anos de História
Séc. IV d.C. – Séc. XIV d.C.
A Idade das Trevas ?

A Idade Média, na história da humanidade, não foi – como dizem alguns – a Época das Trevas, todavia o Tempo das Luzes, onde o Teocentrismo – Deus, o Centro da História - era a tendência da moda medieval, razão e fé, filosofia e teologia, buscavam uma certa interatividade, uma verdadeira conciliação entre seus espaços discursivos, seus discursos ora racionais ora fidedignos.
Basicamente , tal era a questão central desse período de luzes divinas e humanas.
Tendo em vista sustentar esses valores cristãos, a doutrina da Igreja Católica ora presente, os princípios dogmáticos e teológicos da Cristandade, surgiram então diversas EscolasTeológicas, que se diferenciavam umas das outras em termos de conteúdo, princípios e argumentação.
Em primeiro lugar, os Padres da Igreja, recém-contemporâneos das origens do Cristianismo, cujas idéias, doutrinas da época e apologias filosóficas e teológicas se encontravam bastante misturadas , não havendo então definições doutrinárias propriamente ditas, já que a primeira ocupação desses Evangelizadores e Missionários era se preocuparem com a Pastoral da Igreja, a conversão dos povos e a defesa da fé cristã, até ao ponto de seus advogados e defensores derramarem o próprio sangue por Cristo, como foi o caso dos primeiros mártires da Igreja, como São Pedro e São Paulo, São Jorge da Capadócia, São Sebastião, São Tarcísio, Santos Cosme e Damião, Santas Inês, Luzia e Cecília, e outros mártires da fé cristã.
Só mais tarde, por volta do Séc. V em diante, é que se iniciaram as primeiras definições da Doutrina Cristã da Igreja Católica Universal.
A. A Patrística de Santo Agostinho de Hipona e seus seguidores
Nessa Escola Agostiniana, os Padres da Igreja como o próprio Santo Agostinho defendiam o uso da fé e da razão , porém ainda isoladas uma da outra, a Doutrina da Graça, em que pregavam a necessidade da fé cristã na vida da sociedade humana de todos os tempos e lugares. Nas “Confissões”, Santo Agostinho mostrou muito bem como a graça divina fundamenta todas as atividades da existência humana e natural.
B. O Realismo de Santo Anselmo de Cantuária
Nessa Escola Anselmeriana, Deus poderia ser compreendido como presença real no cotidiano das pessoas, na natureza e no universo, não se admitindo a racionalização da Idéia de Deus, ou seja, Deus era real, e não compreensível pela Inteligência humana. Era um dado de fé, e não da razão.
C. A Escolástica de Santo Tomás de Aquino
Em pleno apogeu da Idade Medieval, propriamente o Séc. XIII, fundamentalmente, disse Santo Tomás que “ a razão deve compreender a fé, e a fé deve iluminar a razão”. Com esse argumento sólido, os Tomistas de então conciliaram definitivamente a fé cristã e a razão humana, como postulados interativos que poderiam realizar reciprocamente intercâmbios de ordem teológica e filosófica, dogmática e doutrinária, e conteúdos afins. Além disso, a Escola Tomista desenvolveu uma grave questão teológica, nesse período, inquietante na época, e que serviu de resposta positiva a quem ainda mantinha dúvidas e incertezas sobre a existência de Deus entre nós. Assim, os 5 argumentos Tomistas clássicos, ou as 5 vias da existência de Deus, que, na verdade, dáo margem a outros argumentos, segundo a “Suma Teológica”, a grande obra de São Tomás de Aquino, podem pois ser considerados da seguinte maneira:
1) O Primeiro Motor
Se existe movimento na realidade humana e natural, social e universal, então há um Primeiro Motor , Deus, que impulsiona e move todos os seres e todas as coisas dando-lhes mobilidade constante ou provisória.
2) O Necessário Vital
Se, na vida, ocorre a contingência das coisas, a intempérie dos acontecimentos e o lado descartável da realidade material, existe igualmente um Ser Necessário que dá vida e existência a esses fenômenos da realidade da matéria e do espírito, do corpo e da mente: Deus. Sem Ele, não existiria vida.
3) Causa Primeira
Os efeitos de nossas atividades diárias e as consequências de nosso trabalho cotidiano, possuem sempre uma causa anterior que os define naturalmente e os determina humanamente. E, ainda, a Causa das causas de tudo isso, a Causa Primeira, que chamamos Deus.
4) O Ato e a Potência
Santo Tomás outrossim articulou igualmente o argumento do Ato e da Potência, segundo o qual Deus é o Ato Puro. A passagem da potência ao ato presente e insistente nas coisas, matérias e fenômenos da realidade cotidiana, é definida por essa Força Vital ou Energia Natural cujo fundamento é o Ato Puro. Ele antecede e determina todas as coisas reais e atuais, históricas e temporais, naturais e ambientais. Ele é o responsável pela dinâmica da matéria-prima que se transforma em outras realidades físicas e materiais. Esse Agente Ativo, possibilitador desse movimento, é Deus, o Ato Puro.
5) A Beleza Divina ou a Perfeição Natural
Deus é Grande e Rico, Belo e Perfeito, o que demonstra a nossa busca pelo perfeccionismo, o desejo de fazer bem todas as coisas e realizar tudo direito, com beleza e perfeição, o que revela uma tendência própria da natureza humana criada por esse Ser Supremo e Superior. Assim, pelas criaturas, conseguimos a essência de Deus, sua existência manifestada em suas obras: a Beleza das coisas e a Perfeição dos seres, a Riqueza da Matéria e a Grandeza do Espírito.
D. A Realidade Referencial de Guilherme de Ockham
Esse religioso franciscano foi original na produção de suas idéias e conhecimentos pois “fez a barba de Aristóteles”, ou seja, criticou abertamente a lógica clássica aristotélica gerando na Ciência, Filosofia e Teologia da época uma verdadeira revolução de conteúdo ao afirmar que “qualquer ponto do universo pode ser o centro desse universo, pois a lógica do pensamento trabalha com referências e relatividades, o que confere à realidade e ao movimento das coisas e dos seres da natureza espaços que se encontram ou não a partir do referencial que cada pessoa postula para tal realidade. Guilherme na verdade produziu um novo modelo de Lógica, a Lógica das referências ou das relatividades – o real é indefinido e indeterminado -que, mais tarde, muito contagiou o Cientista moderno Einstein.
Também é importante considerar a esse respeito, uma outra argumentação acerca da existência de Deus, desenvolvida na Modernidade por um grande Cientista e Físico, Inventor da Teoria da Relatividade, Albert Einstein, de acordo com o qual Deus é a Razão do Universo, porque se o universo e a natureza existem, ou mesmo a criação natural, Alguém pensou, planejou e projetou tudo isso. Esse Pensador, esse Alguém Pensante, é Deus.