sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Equilíbrio é necessário

O Equilibrista

Em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, no início da década de 80, conheci um cidadão brasileiro famoso por ser conselheiro espiritual de muitas pessoas daquela região mineira. Chamavam-no de o Equilibrista, por suas atitudes sóbrias, seu bom-senso na resolução de conflitos e distúrbios sociais e interpessoais, seu comportamento sensato na direção de grupos e indivíduos, seu controle mental e emocional diante dos problemas da realidade cotidiana, seu domínio do ego perante os relacionamentos com que mantinha com os seus amigos e parentes, colegas de trabalho e familiares dentro de casa.
Seu nome era Paulo Feijó de Oliveira Albuquerque, que com seus quase 50 anos de vida e longa experiência em solução de controvérsias e resposta positiva e otimista a muitas perguntas inquietantes, questionadoras das boas ações humanas, das virtudes mais importantes vigentes na sociedade, dos valores das consciências tidas como seguras, confiáveis e de crédito reconhecido por todos, e das vivências de quem aparentemente agia como se fosse a pessoa mais importante do mundo, de prática exemplar em seu ambiente de existência e de experiência tão virtuosa que não deixava erros em sua conduta exteriormente excelente, quase perfeita em relação a todos com os quais convivia diariamente.
Paulo Feijó, conhecido como o Equilibrista, vivia entre o certo e o errado, o bem e o mal, o óbvio e a diferença, o bom e o ruim, o gostoso e o amargo, o belo e o feio, o falso e o verdadeiro, assumindo pois em seu dia a dia um comportamento que se dizia equilibrado, visto que a todos tinha uma palavra amiga, um conselho espiritual razoável, uma orientação psicológica inteligente, a sensatez de um direcionamento mental bem racional, o bom-senso de uma consciência que decidia sempre em favor do bem e da paz, levava todos a ser bons e amigos das pessoas, propagando assim a bondade da relações e a concórdia das amizades sinceras e honestas, a saúde física, mental e espiritual baseada na alegria de viver, no otimismo de quem sabe o que quer, do sorriso nos lábios de quem sempre feliz e contente com a vida espalhava ao seu lado e ao seu redor a generosidade que tudo salva, a fraternidade que tudo liberta e a solidariedade que tudo ajuda, o que eliminava em ambientes contrários a violência das atitudes e a maldade de ações adversas entre si, contribuindo na verdade para um mundo mais feliz, uma sociedade mais ordeira e pacífica e uma humanidade decididamente mais fraterna e solidária entre si.
Paulo Feijó assim com seu equilíbrio de vida e bom-senso de existência consertava o desregramento cotidiano de famílias inteiras e de comunidades numerosas, ajudando-as de fato a viverem de bem com a vida e em paz consigo mesmas, através de operações reais onde se sublinhava o bem que devemos fazer às pessoas, a bondade nos relacionamentos, e a amizade e a concórdia de quem faz dos amigos que cria o segredo do tempo e da história e a chave da felicidade, a partir de ações em que se destacavam a busca da liberdade social e individual, o respeito mútuo e a responsabilidade no convívio entre grupos e comunidades.
Assim era Paulo Feijó, o bom mineiro.
O Equilibrista.
Que administrava bem a sua imaginação diante da loucura dos vizinhos, que se perdiam na violência cotidiana, discutindo com amigos e familiares, brigando constantemente com adversários, confusos em suas cabeças, de comportamentos complicados e doentios, revelando as anomalias de uma patologia psicológica bastante grave.
No entanto, Paulo Feijó sempre mantinha o equilíbrio necessário ao seu bom comportamento cotidiano, usando o seu bom juízo e bom-senso para resolver conflitos, consertar os maus relacionamentos em torno de si, solucionar as contradições diárias e noturnas que invadiam o seu ambiente de boas maneiras e grandes atitudes, e responder assim de modo inteligente às perguntas da vida moderna, aos questionamentos de sua época e às interrogações de seu momento presente.
Eis Paulo Feijó, o Equilibrista, com o seu bom-senso razoável solucionador dos problemas mais graves e angustiantes do dia a dia tais como brigas de namorados, conflitos familiares, choques de casais, desordens mentais e emocionais, indisciplina moral e espiritual, desemprego e falta de trabalho, distúrbios sexuais, desorganização das idéias e do pensamento, conhecimentos inadequados e ausência de discernimento para se fazer a devida diferença entre as coisas.
Com seu exemplo de vida, o Equilibrista me ensinou hoje a viver bem a vida, construindo a paz ao meu lado e propagando a cultura da bondade em meu dia a dia como forma de combater a maldade das pessoas e a violência da sociedade.
Também eu aqui e agora busco sempre o equilíbrio em meus momentos de família e trabalho e em meus instantes de rua e de supermercado, no diálogo com conhecidos e na boa amizade com indivíduos que encontro pelo caminho.
Obrigado, Senhor, por Paulo Feijó, o Equilibrista.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Diante do que é descartável

A Cultura do Descartável

Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar.
Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo.
É a cultura do descartável.
Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária.
Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho.
No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições.
Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias.
Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas.
No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos.
No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões.
Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento.
Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia.
Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz.
Sim, hoje o mundo é descartável.
Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito.
Imperam os malandros.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Indeterminação

Fundamentos do Discurso Indeterminista

1. “Apeíron”,
o Princípio da Indeterminação

No séc.VI a.C. da Antiguidade Grega, um filósofo pré-socrático chamado Anaximandro da Escola de Mileto afirmou e defendeu a tese de que a ARKÉ, o princípio da vida e de tudo e de todos, era o ÁPEIRON, um elemento da natureza de configuração indefinida e realidade indeterminada, o responsável pela origem dos seres e das coisas no universo, gerador da realidade cotidiana, das vivências humanas e das experiências naturais e culturais, sociais e ambientais, políticas e econômicas praticadas pelos homens e pelas mulheres de seu tempo e momento histórico.
Tal entendimento produziu uma certa PAIDÉIA entre os gregos, que então tinham atitudes, idéias e valores comuns e se comportavam de acordo com essa teoria filosófica indeterminista que apologeticamente Anaximandro sustentava, fazendo muitos adeptos e seguidores de tal modo que diversos grupos de pessoas, assumindo a sua proposta idealista, transformavam suas vidas em “ÁPEIRON”, razão de suas ações e paixões e fonte de seus desejos, anseios e necessidades.
Aos poucos, cresceram os indivíduos simpatizantes com a idéia de Anaximandro, que se propagou pelo mundo inteiro até os dias atuais.
Hoje, o “ÁPEIRON” de Anaximandro deu origem à corrente indeterminista da história, a qual tem influenciado diferentes comportamentos políticos e sociais, culturais e econômicos em todo o Globo Terrestre.
Assim o Indeterminismo é uma ideologia hoje acompanhada por teorias como o niilismo, o ceticismo e o relativismo, assim como o ateísmo e o individualismo, construindo ora realidades tipicamente transitórias, inconstantes, céticas, relativas, indefinidas, instáveis, provisórias e indeterminadas capazes de modificar as consciências de algumas personalidades, transformar o pensamento público e popular e metamorfosear mentalidades diferentes e culturas novas e tradicionais.
Pensar indeterministicamente significa não possuir regras de conduta, não seguir dogmas estabelecidos nem assumir padrões absolutos ou ideais estáveis e constantes.
O Indeterminista quer ser livre, e faz dessa liberdade de alternativas e possibilidades a sua verdadeira felicidade.

2. O Princípio da Indeterminação
O Fluxo das coisas indefiníveis e o
complexo dos seres indetermináveis

Ideologias tais como o relativismo, o ceticismo, o niilismo, o indeterminismo, o individualismo e o ateísmo contribuem efetivamente para entender o universo da indeterminação, visto que influenciam com seus discursos carregados de matéria aberrante para a sua propagação entre os meios sociais, políticos e econômicos do mundo inteiro.
De fato, o mundo da indeterminação envolve conceitos aparentemente alienantes, mas que identificam uma filosofia de vida própria assumida publicamente por seus adeptos e seguidores espalhados por todo o globo terrestre.
Assim, o nada e o vazio niilistas; a relativização dos seres e das coisas, ignorando idéias absolutas, de cunho relativista; a dúvida e a incerteza que caracterizam as definições ceticistas; as indefinições dos conceitos, das teorias e das práticas próprias do indeterminismo; o egoísmo de indivíduos e grupos, com seus momentos partidários, excludentes e divergentes, que identificam o individualismo; e a ausência de Deus, substituído por símbolos, ídolos, figuras e objetos, que possam garantir segurança em suas vidas, defendida pelo ateísmo – eis, com efeito, o império das coisas indefiníveis e dos seres indetermináveis, que, atualmente, tem derrubado teorias da estabilidade, modelos de autoridade competente, quadros permanentes de culturas e mentalidades aparentemente seguras e inabaláveis, situações de ocorrências constantes, com seus momentos até aqui bastante definidos e com suas circunstâncias até agora muito bem comportadas.
Verdadeiramente, o princípio da indeterminação aqui e agora no meio de nós está desenhando uma nova história da humanidade, uma nova visão da realidade, uma nova interpretação dos seres e das coisas, um novo olhar sobre as sociedades humanas, um novo modo de observar os fatos cotidianos e os acontecimentos do dia a dia.
Deste modo, a partir do conceito de indeterminação e em função de sua racionalidade bastante real pode-se configurar novos modelos de Deus, de homem e mulher, de cultura e sociedade, de tempo e história, de realidade e racionalidade, de teoria e prática, de consciência e experiência, de interesses e intencionalidades.
Indeterminados, somos eternos e infinitos, plurais e universais, globais e diferenciais, gerais, particulares e singulares.
Indefinidos, superamos as barreiras do conhecimento, ultrapassamos os obstáculos dos preconceitos e superstições, transcendemos os limites da aparência e da essência.
Somos então de fato substancialmente pessoas indefinidas e indeterminadas.
Tal é o nosso outro, novo e diferente momento real, racional e intencional da atualidade presente da humanidade de hoje.

3. A Crise dos Modelos
de Autoridade Competente

Em nossa sociedade moderna, temos assistido diariamente os conflitos e as discórdias aparentemente estabelecidos entre autoridades e seus subordinados, professores e alunos, médicos e pacientes, advogados e clientes, patrões e empregados, banqueiros e bancários, empresários e funcionários, comerciantes e comerciários, juizes e serventuários da justiça, pais e filhos, padres e fiéis, e outros, o que reflete e nos revela verdadeiramente a atual crise dos modelos de autoridade competente, fruto de pensamentos indeterministas e teorias relativistas, céticas e niilistas, que questionam tais paradigmas tradicionalmente absolutos, em nome de ideais como liberdade, individualismo, ateísmo, finitude temporal, instabilidade histórica, inconstância ética e religiosa, irreverência moral, inconsistência psicológica, desordem mental, indisciplina racional e desorganização dos conhecimentos até então adquiridos, transformando as garantias e seguranças desses modelos em algo efêmero, transitório, parcial, relativo, inconstante, sem estabilidade social, política, econômica e cultural, criando ao contrário por outro lado realidades cujos fundamentos não existem, bases sem bases, princípios ausentes em sua sustentabilidade, um mundo sem regras e sem dogmas, cuja essência é a eternidade de seus valores mutáveis, a mudança constitucional e institucional, o nomadismo de pensamentos e atitudes, a metamorfose ambulante, o movimento perene de construção de contrários, que se alternam permanentemente e se mobilizam infinitamente, e que tornam suas vivências e experiências cotidianas momentos de novas e diferentes possibilidades, abrindo o ser, o pensar e o existir para outras alternativas de liberdade e felicidade.
A Crise contemporânea desses modelos demonstra a necessidade que temos de certas mudanças para melhor, para o bem e a paz das sociedades humanas espalhadas pelo mundo inteiro.
Mostra-nos sobretudo que somos nômades.
Sim, estamos na era do movimento.
E tal movimento social e seu processo constante de mudanças destroem para sempre o desejo de modelos e autoridades permanentes, as teorias e ideologias absolutas e estáveis, dando origem pois a partir de agora aos pensamentos descartáveis, aos sentimentos relativos e aos comportamentos indeterminados.
É a indefinição da vida que se faz presente, visto que essa é a sua essência, o seu mundo de possibilidades e o seu universo de alternativas, sempre novas e diferentes.
Com efeito, a indeterminação é a nossa liberdade.
Indefinidos somos felizes.
Eis a nova visão das realidades vividas pela sociedade dos dias de hoje.

4. Na Berlinda da Existência,
os Autoritarismos de Estado, os Dogmatismos Filosóficos e os Absolutismos Científicos

Em função da ascensão do pensamento indeterminista atualmente em nossas sociedades locais, regionais e globais, aqui e agora, observa-se não só a crise das instituições como ainda a queda de regimes políticos antes sustentados pelo critério da estabilidade, o desprezo por filosofias e ideologias de cunho dogmático e a relativização das “verdades” científicas, outrora consideradas absolutas, intocáveis e seguras, todavia hoje perdem o seu significado eterno para se inserir no rol dos discursos verdadeiros mas relativos, transparentes porém transitórios, autênticos entretanto provisórios, sujeitos às instabilidades da experiência real cotidiana, aos limites da história e dos acontecimentos e às finitudes temporais cujas circunstâncias diárias e noturnas refletem a insegurança dos relacionamentos humanos e seu convívio sem garantias estáveis com problemas sociais e culturais, políticos e econômicos.
Desde então, na berlinda dos valores existenciais sem sustentabilidade segura e fundamentada, a vida social se vê questionada em seus momentos aparentemente carregados de garantias psicológicas e ideológicas, tornando assim o ambiente de relações e negociações algo descartável, mutável, irrisório, inconstante e muitas vezes irreal e irracional.
A Sociedade moderna está na berlinda da existência.
Vive hoje a sua própria metamorfose ambulante e circunstancial.
Suas transformações aparentes e essenciais a levam a um novo modelo de vida sustentado agora pela estrutura da instabilidade, provocando-lhe diferentes experiências voltadas ao bem que deve fazer e à paz que deve viver, se esse for o estado de existência ou o caminho que então abraçado certamente a ajudará a ser mais livre e feliz, ordeira e pacífica, fraterna e solidária.
As mudanças agora propagadas e que vem se consolidando no terreno social apontam para novos paradigmas de vida e outros e diversos modelos de existência cujas bases fundamentais são a eternidade dos pensamentos instáveis, a estabilidade das mutabilidades temporárias e a constância de ideologias e experiências sempre em movimento contínuo de superação de si mesmas, ultrapassando de acordo com a situação e o momento temporal e histórico os seus limites reais e transcendendo ao mesmo tempo as suas fronteiras e bloqueios de ordem social e cultural, política e econômica.
Urge buscar outros fundamentos baseados na idéia da instabilidade de valores, símbolos e vivências, todavia que seja sustentada e garantida por princípios racionais bem orientados cuja essência seja a sua durabilidade permanente.
Precisamos da instabilidade estável.

5. A Queda das Teorias
de Estabilidade

O Contexto histórico atual nos mostra que os modelos de instituições ou de estruturas e sistemas baseados na estabilidade estão caindo, isso porque as sociedades humanas modernas, em mudança permanente, vivem o contrário em seu cotidiano de vida: o caos das ruas, a instabilidade de idéias e valores, a insegurança existencial e espiritual, a falta de garantias econômicas e financeiras, o desemprego e a ausência de trabalho, a fome e a miséria, a turbulência urbana e rural, a crise moral e religiosa, o desvio de comportamento por causa de alterações no caráter ou aberrações na personalidade, a ignorância e o analfabetismo, a confusão mental, a desordem social e política, a ética sem transparências, a relativização das certezas absolutas, a indisciplina racional, a desorganização dos conhecimentos obtidos, a violência nos campos e nas cidades, os conflitos trabalhistas e familiares, os relacionamentos discordantes e antagônicos, as situações de indiferença e insensibilidade de uns em relação aos outros, a má conduta de grupos e indivíduos, a corrupção dos poderes, o vazio da vida e o nada da existência, o desrespeito às autoridades constituidas, a irresponsabilidade e as atitudes sem compromissos de muitas organizações corporativas, o amor carente de diversos casais, a ausência de fraternidade entre as pessoas e de solidariedade entre os povos, as amizades contraditórias e a generosidade hipócrita, enfim, um complexo de circunstâncias adversas que comprovam a insistência do indeterminismo coletivo em inúmeras populações e suas comunidades de moradores e trabalhadores, antes sustentadas por ideologias estáveis e teorias seguras que punham na estabilidade de paradigmas a sua força de permanência no meio da sociedade.
Hoje, os modelos de instabilidade já são uma realidade entre nós.

6. Sociedades Temporárias,
Culturas Transitórias e Mentalidades baseadas na Instabilidade

A Era das mudanças permanentes ou dos movimentos de metamorfoses constantes, que caracteriza o nosso instante atual, em todos os locais e regiões do Globo Terrestre, aqui e agora, vem construindo uma outra, nova e diferente cultura em nosso meio de vida e existência, como também uma diversa mentalidade baseada em alternativas e oportunidades que tendem a possibilitar valores, virtudes e vivências e experiências em torno da bondade e concórdia nos relacionamentos de cada dia, o que propicia para todos nós uma sociedade maior e melhor, certamente superior ao modelo de sociedade anterior, em que se viabilizam simultaneamente o progresso dos povos e o desenvolvimento das nações ricas e pobres, emergentes e em evolução temporária, o seu crescimento interior e exterior, físico e mental, material e espiritual, proporcionando assim aos seres humanos em geral mais saúde individual e coletiva, e mais bem-estar interpessoal, interdependente, onde a interatividade de pensamentos, sentimentos e comportamentos e seu compartilhamento de conteúdos de conhecimento de qualidade e excelência, geram maior dignidade humana e qualidade de vida comprovada no convivio social e cultural que estabelecem grupos e indivíduos diferentes e as novas e antigas comunidades de moradores e trabalhadores, que fazem as sociedades humanas caminharem nesse processo contínuo de transformações reais e atuais, temporais e históricas.
Esse quadro de instabilidade que hoje se verifica no meio de nós é o responsável pela construção de novos e diferentes olhares sobre a realidade, pela criação de diversos modelos de sociedade e paradigmas alternativos para o fluxo cultural que temos e o complexo de mentalidades cujo intercâmbio nos oferece oportunidades para produzir uma boa vida cotidiana e uma ótima existência fundamentada em bases psicológicas e espirituais bem consolidadas.
Hoje, o campo está fértil para o surgimento de categorias de vida e padrões de existência que encontrem no modelo de instabilidade a pedra fundamental para a construção de seu edifício físico, mental e espiritual, sustentado pelas garantias aparentemente seguras das sociedades móveis com suas mudanças estáveis e transformações mutáveis, que identificam o movimento moderno de metamorfoses ambulantes e seu processo de geração de condições de vida e trabalho, saúde e educação bem desenvolvidas.
Aqui e agora, abre-se o mundo para a renovação de suas estruturas de vida e a libertação de seus sistemas antes apegados ao absolutismo de suas representações mentais, institucionais e constitucionais.
Atualmente, um momento de abertura,
um instante de renovação interna e externa,
um cotidiano libertador de diferentes possibilidades e alternativas e oportunidades para todos e cada um.
Eis a Época da Instabilidade com seu indeterminismo cético e relativo, niilista e individualista.
Um tempo realmente de geração de novos modelos de Deus, de homem e mulher, de mundo e cultura, de sociedade e história, de natureza e universo, de vida e existência.

7. A Teoria Indeterminista

A Consciência dos Fenômenos
Indefinidos e a Realidade das
Experiências Indeterminadas

Sem teto e sem chão
Sem portas e sem janelas
Sem tempo e sem lugar

A Ordem do Caos
A Lógica do Concreto
A Eternidade das Realidades Infinitas

Um Mundo sem limites
Um Dia a dia sem fronteiras
Um Universo sem garantias
Uma Vida sem fundamentos
Um Cultura sem princípios
Uma Mentalidade sem origens
Uma Área sem seguranças
Uma Realidade sem bases
Uma Consciência sem fontes
Uma Natureza sem sustentáculos

8. A Cultura do Descartável

Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar.
Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo.
É a cultura do descartável.
Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária.
Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho.
No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições.
Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias.
Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas.
No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos.
No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões.
Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento.
Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia.
Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz.
Sim, hoje o mundo é descartável.
Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito.
Imperam os malandros.

9. Nomadismo

Sem tempo e sem lugar,
a experiência e a consciência
de atividades cotidianas
em permanente movimento

Mundo Polivalente,
Multifuncional e Pluridimensional

Observa-se hoje em dia, como fenômeno social emergente nas sociedades contemporâneas, aqui e agora, em áreas locais, regionais e globais, a presença de um novo comportamento vivencial, experiencial e existencial, temporal e histórico, real e atual, ao qual denominamos de Nomadismo, em que o homem e a mulher, na moderna era científica e tecnológica, crítica e dialética, informática e insofismática, dentro de sua experiência real cotidiana, age, vive, atua, trabalha e se movimenta constantemente, ultrapassando mesmo o tempo necessário para realizar suas atividades ao mesmo tempo em que ignora a fixação de lugares e a imobilidade de endereços fixos, então pensando idéias e ideais realistas, sentindo sentimentos sérios, autênticos e verdadeiros, comportando-se rapida e velozmente, otimista e positivamente, com bom alto-astral e auto-estima elevada, favorecendo diferentes tendências, abrindo-se a novas possibilidades, renovando-se interior e exteriormente, libertando-se de preconceitos e superstições, progredindo material e espiritualmente, evoluindo mental e fisicamente, crescendo economica e financeiramente emergindo social e coletivamente, emancipando-se politicamente, desenvolvendo-se natural, cultural e ambientalmente, superando limites, ultrapassando barreiras e transcendendo obstáculos, criando novas amizades, apaixonando-se por novos amores, crendo mais em Deus, confiando mais em si próprio, acreditando nas boas coisas da vida, na vitória do bem sobre o mal, da paz sobre a violência, da luz sobre as trevas, do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte, abraçando pois a cultura do bem e da paz, e a mentalidade baseada na fraternidade, na solidariedade e na generosidade, agindo com mais juizo e bom-senso, buscando mais a sua saúde pessoal e o bem-estar dos outros, desejando mais a sua liberdade e a felicidade alheia, respeitando para ser respeitado, assumindo um compromisso responsável com sua ética comportamental, com sua espiritualidade natural, com sua nova mentalidade cultural cujos valores, normas e princípios fundamentam-se na prática da ordem e da justiça, do direito e da verdade.
Tudo isso, enfim, aponta para o Fundamento de todos os fundamentos, Ele, Deus e Senhor, o Criador, o Autor da Vida.
De fato, atualmente temos uma nova visão de Deus, um novo olhar sobre o homem e a mulher, uma nova interpretação da realidade.
Todo esse complexo humano, natural e cultural de limites, tendências e possibilidades caracterizam o Nomadismo, a nova humanidade dos tempos de hoje.

10. O Reino dos fluxos indefiníveis e o
Império dos complexos indetermináveis

A Filosofia indeterminista e seu mundo de ideologias sustentadoras de uma outra, nova e diferente realidade, identificada com o valor das indefinições e das representações indeterminadas, é responsável hoje pela crise de modelos de estabilidade, pela origem de opiniões céticas onde se acham a incerteza dos conhecimentos e as dúvidas sobre as verdades construídas, pelo niilismo existencial em que se verificam o nada da existência e o vazio espiritual, pela relativização dos fenômenos da experiência real cotidiana onde se privilegiam culturas descartáveis e mentalidades sem fundamentos concisos, a falta da essência na geração dos acontecimentos e dos relacionamentos e o cultivo das relações aparentes, sem substâncias filosóficas, que ignoram uma boa ética comportamental e uma ótima espiritualidade natural, assim como idéias sem sentido algum, raciocínios sem lógica nenhuma, símbolos confusos e imagens complicadas, valores sem consciência e consciências sem valores, atitudes sem respeito e irresponsáveis, juízos irreais e ausência de bom-senso nas atividades, a irracionalidade das ações e a inconsciência dos sentimentos vividos, pensamentos alienados e teorias alienadoras da realidade, distúrbios mentais e desequilíbrios emocionais, a violência e a agressividade nos intercâmbios entre as pessoas, a carência afetiva e o descontrole da cabeça com parcial domínio de si mesmo.
Esse reino de indefinições vividas revela a crise atual em que estamos.
Esse império de comportamentos indeterminados parece sugerir-nos a necessidade de buscarmos a partir de agora um novo modelo de sociedade e diferentes paradigmas de vida onde se gerem outras visões de Deus, de homem e de mulher, de tempo e de história, de mundo e de realidade, de natureza e de universo, de matéria e espírito, de corpo e de mente, de consciência e de experiência, de racionalidade e acontecimento.
De fato, o indeterminismo tem seu lado negativo porém nos apresenta um mundo de possibilidades e alternativas capazes de produzir diversas oportunidades para todos e cada um, além de nos propiciar esperanças de um mundo melhor e uma vida e existência mais pacíficas e fraternas, baseadas no bem pessoal e na solidariedade coletiva, condições de uma humanidade mais livre e feliz.
Assim, o momento presente é de expectativa para o que possa surgir de novo.
Quem sabe um novo céu e uma nova terra.
Talvez o paraíso que todos almejamos.
Possivelmente, um caminho aberto para a satisfação dos nossos desejos e anseios e realização dos nossos sonhos e necessidades.
Eis uma nova estrada de diferentes possibilidades.
Mergulhemos pois no novo.
Vivamos a diferença que agora está diante de nós.
Será a nossa liberdade que se aproxima ?
Pode ser.

11.a. Quando a realidade é cética/A

Na experiência indeterminista, a realidade é cética, carregada de dúvidas existenciais e de incertezas no conhecimento adquirido, tornando então a vida humana vazia e sem sentido, ou, na melhor das hipóteses, transformando a nossa tradicional visão da realidade e inserindo-nos pois em um olhar novo e diferente sobre esses fenômenos cotidianos e suas ocorrências reais e atuais, temporais e históricas, e seus acontecimentos transcendentais, imanentes e transcendentes.
Desse modo, a existência humana vira uma metamorfose situacional onde as circunstâncias reais e ambientais fazem-se relativas, aparentes e efêmeras, provisórias e transitórias, não admitindo idéias constantes e valores permanentes, virtudes estáveis e vivências seguras, todavia ao contrário instala entre nós a cultura da instabilidade e a mentalidade baseada nos movimentos descartáveis da natureza e na dinâmica operacional do universo que agora tem o seu entendimento aparentemente em crise, confuso e mentalmente complicado, sujeito às intemperanças da consciência e aos desequilíbrios da liberdade humana, ao descontrole de sua racionalidade e à ausência de domínio de sua inteligência.
Ocorre então que a teoria e a prática humana, natural e cultural, acham-se conturbadas, conflitantes e violentamente na berlinda de uma vida ora sem significado algum, ou então com uma compreensão parcialmente outra, nova e diferente sobre os diversos momentos e acontecimentos da realidade da experiência cotidiana.
Nesse processo de tentativas reais e abstratas de entendimento do que se passa então na vida da história e na história da vida integram-se para isso o ceticismo com suas dúvidas e incertezas, o niilismo com seu nada e vazio, o relativismo com suas indiferenças relativas e ignorâncias quanto à possibilidade do absoluto, o indeterminismo com suas indefinições temporais, o individualismo com seu isolamento exterior e sua solidão interna, e o ateísmo, que, na verdade, não ignora a idéia de Deus, mas ao contrário levanta a hipótese de um outro conceito de divindade, com novas formas de expressão e diferentes manifestações para a vida da humanidade.
Tal realidade cética aponta-nos para um novo mundo de possibilidades e alternativas variadas de compreensão dessa mesma realidade, que parece abrir-se para as diferenças da novidade permanente, capaz de nos gerar uma boa vida social, um grande engajamento político, um correto comportamento ético, um equilibrado nível de vida econômica e financeira, um conhecimento qualificado de nossas produções culturais, uma nova forma de fazer arte e ciência, uma outra visão da história das relações humanas, e quem sabe uma diferente maneira de visualizar a nossa espiritualidade natural, em que Deus tenha uma definição mais justa de quem Ele é aliada de uma reflexão mais positiva e otimista no meio da sociedade.
Logo, longe de amedrontar-nos ou nos intranqüilizar, devemos ver o ideal indeterminista como uma oportunidade verdadeira de constituição de uma realidade mais autêntica e transparente, uma possibilidade de saúde e bem-estar para nós no presente e futuro, e uma alternativa talvez de construção de melhores condições de vida e trabalho para as pessoas, com a sua conseqüente qualidade de vida e existência excelente finalmente postas em prática.
De fato, com a filosofia indeterminista se observa que uma nova realidade parece se nos apresentar.
Que ela surja com boas esperanças para a humanidade, trazendo-lhe pois de verdade maior liberdade de ação e manifestação, fundamento da verdadeira felicidade.

11.b. Quando a realidade é cética/B

Diversas vezes no dia a dia da nossa vida familiar, ou nas ocupações do trabalho e do emprego, ou nas preocupações com nossas necessidades cotidianas, ou nos nossos relacionamentos diários e noturnos em casa, na empresa, na rua, no supermercado, no jornaleiro e na farmácia, no botequim e na padaria, ou ouvindo as notícias do rádio, dos jornais e das revistas, ou assistindo à programação da televisão e do computador na internet, ou telefonando e nos comunicando com alguém, ou rezando na igreja ou visitando um amigo no hospital, ou estudando na escola e na faculdade, ou andando de trem, ônibus ou metrô, vemo-nos perturbados por dúvidas na mente e incertezas nos conhecimentos que adquirimos, incomodados com as divergências na família ou com colegas do trabalho, vivendo a instabilidade de conflitos que se criam e violências que se instalam nas localidades e ambientes por nós vividos, experimentando diálogos discordantes e conversas que contradizem nossos comportamentos comuns no dia a dia, convivendo com a contrariedade das pessoas que se dirigem a nós e as adversidades com quem nos encontramos momentaneamente,
enfim, sendo condicionados por um estado de vida constantemente em crise, incerto nas suas ações, imaginário nas suas realizações, duvidoso nas suas experiências mais decisivas e importantes, desequilibrado ainda que tentemos manter o controle da nossa vida e o domínio de nossas atitudes, quase sempre inconsciente, irreal e irracional, precisamos então reverter tal situação disciplinando a nossa razão, dominando os nossos desejos e paixões, controlando a nossa mente e as nossas emoções, equilibrando a nossa vida financeira, social e psíquica, colocando pois ordem em nosso interior, organizando as nossas idéias e valores, a fim de que tenhamos uma consciência boa e um comportamento bem razoável, com que será possível bem administrar a nossa existência, e oferecer-lhe condições de boa saúde e bem-estar, qualidade de vida elevada, felicidade no que se faz e realiza, liberdade de trabalho capaz de gerar novas alternativas de cumprimento de nossos deveres e obrigações e diferentes possibilidades de satisfação de nossos direitos e anseios e realização de nossa vida vocacional e profissional.
Com o ordenamento da nossa consciência, a disciplina de nossas atividades e a organização de nossos conteúdos de conhecimento, é possível superar essa realidade cética que procura nos envolver, ultrapassar os seus riscos e os seus medos, e transcender as suas dúvidas existenciais e incertezas espirituais, abraçando de verdade em nossa vida real e atual os fundamentos seguros que nos garantam a paz interior tão necessária, o bem que devemos fazer, a estabilidade de nossos atos diários e a consolidação dos nossos princípios de vida baseados certamente na fé em Deus que é preciso usufruir e na prática de coisas boas para o nosso instante de aqui e agora tais como construir boas amizades, ser amigo e fraterno com as pessoas, ser generoso e solidário em nossas relações humanas e sociais, e desenvolver uma política de amor em que sobressaiam o nosso otimismo, a nossa alegria e o sorriso no rosto e nos lábios, o que na realidade fará crescer a nossa auto-estima, sem a qual não teremos força suficiente para derrubarmos nossas realidades incertas, inseguras e duvidosas.
Portanto, aumentar o nosso astral é fundamental e vital para o sucesso cotidiano, condição de ordem e felicidade em nossas vidas de cada dia.

12.A Experiência Niilista

Após o auge do Romantismo do século XVIII, a crise de valores éticos e religiosos do século XIX e a ascensão do pensador alemão Nietzsche durante esse período, a revolução cultural, tecnológica e científica do século XX, o desenvolvimento da Informática, da Nanotecnologia, da Inteligência Artificial, da Robótica e dos Sistemas com circuitos integrados e sua técnica dos Chips, que nos atingem sobretudo hoje, em pleno século XXI, como uma espécie de reação natural e compensação psíquica e social, levantam-se atualmente diversas ideologias políticas, teorias científicas, filosofias existenciais e modelos espirituais de vida cujas características cotidianas se identificam com o nada da existência, o vazio do espírito, a falta de sentido para a vida, a ausência de razões para viver e existir, a idéia de que somos inúteis e não valemos nada, a carência afetiva, o isolamento exterior e a solidão interior, a alienação da realidade, os conflitos familiares e trabalhistas, os maus relacionamentos e os comportamentos descartáveis, os desvios de caráter e as aberrações da personalidade, a confusão mental e a desrazão irreal, a irracionalidade e a inconsciência dos valores, intenções e interesses da inteligência, a violência urbana e rural, a fome e a miséria, a pobreza e a ignorância, o analfabetismo, enfim, o estado crítico e dialético de vida e existência que suportamos hoje, causando-nos desequilíbrio mental e emocional, descontrole da consciência e falta de domínio de si mesmo, instabilidade social e familiar, inconstância moral e ética, insegurança espiritual, falta de garantias seguras de vida material, física e mental, tudo isso nos revela o quadro negro de uma realidade vazia e nada-nte, a qual constitui o nada e o que é inútil como fundamentos da existência humana, sem sentido algum, insignificante e absurda.
Lado a lado com o indeterminismo, a corrente niilista atravessa a história real e atual do mundo de hoje exigindo de nós uma retomada de atitude e uma revisão de comportamento que nos ofereçam condições suficientes para a superação dessa problemática presente que vem atingindo em cheio toda a conjuntura da humanidade.
Devemos rever nossas posições éticas e reavaliar nossos princípios de vida espiritual, de tal modo que possamos refundamentar as nossas realidades humanas, vivas, sociais e existenciais, a fim de que não caiamos em tal moléstia da alma com efeitos de crise patológica que vem adoecendo hoje o nosso espírito, infernizando o nosso corpo e tornando enfermas as nossas possibilidades e alternativas de ultrapassagem dessa berlinda doentia da existência que verificamos aqui e agora.
De posse desses fundamentos morais e espirituais bem orientados é possível transcendermos tal situação caótica e suas circunstâncias de morte cultural e prisão psicológica, além é claro das algemas mentais e das cadeias ideológicas que essa escravidão meta-neurótica e psicótica faz-nos viver no momento atual.
É preciso coragem!
Coragem para ir à luta, e vencermos essas contradições da vida contemporânea.
E muita fé em Deus, é óbvio.

13. Tudo é Relativo

A Corrente de vida e pensamento relativista, que prega a relatividade de todas as coisas, a ausência do absoluto, onde não existem centros definidos mas sim a indeterminação de todos os pontos de referência, fazendo dessas referências indefinidas novas centrais de relacionamento, de convergências de consciências e experiências diferentes, que concentram a diversidade de situações vividas e de circunstâncias praticadas, afirmando assim a variedade da realidade e sua rede de relações intercambiais, interativas e compartilhadas.
Sim, tudo é relativo.
Todos são partes de um todo em processo permanente de construção.
Todos comungamos e participamos de diferentes centros de debates e de discussões, de possibilidades variadas e alternativas diversas, convergentes ou divergentes, de acordo com a finalidade e o conteúdo das relações que se fazem e se realizam tendo em vista a mútua cooperação e a colaboração recíproca.
Somos relativos uns aos outros.
Dependemos.
Somos interdependentes.
Dependemos uns dos outros.
Dependemos do mesmo centro, ou de centros diferentes.
Somos pois diferença, diversidade, variedade, dependência, interatividade, compartilhamento, cooperação, colaboração, intercâmbio de culturas e mentalidades convergentes.
Não há a possibilidade de idéias ou realidades absolutas.
Somos aparências, temporalidade, historicidade, realidades transitórias e provisórias, relativas, sempre em referência a alguma coisa, momentos de instabilidade de vida e existência.
Nesse movimento relativista, a filosofia indeterminista encontra apoio e sustentabilidade, base de crescimento e fundamento para suas manifestações cotidianas na vida da sociedade.
Relativos e indeterminados, podemos construir um novo mundo de interatividades cujas possibilidades se assentam em diferentes núcleos de referência positiva, geradores de relações progressivas e evolutivas.
De fato, tudo é relativo.
Nossas idéias são relativas.
Nossas certezas são relativas.
Nossas verdades são relativas.
Nossos pontos de vista são relativos.
Ser relativo, eis o princípio da liberdade.

14. Mais indivíduos do que pessoas

Um dia desses, fui ao centro da cidade, no Rio de Janeiro, e passando pela avenida Rio Branco, observei aquela multidão indo e vindo pra lá e pra cá uns apressados e outros andando devagar, mais alguns caminhavam perdidos no meio do povo ora lendo o jornal do dia ou acessando o celular, ora preocupados com os afazeres cotidianos ou conversando aos passos rápidos com a namorada ou um amigo ou um conhecido do percurso ou um colega de trabalho, outros ainda dispersos no meio de tanta gente faziam anotações em suas agendas de papel ou eletrônicas, ou faziam um toque de batucada de samba na pasta de trabalho como que querendo animar o seu dia a dia tão conflitante e turbulento, confuso e complicado, ou pessoas executivas e trabalhadores de plantão de terno e gravata dirigindo-se a seus ambientes de emprego com uma velocidade superior ao tempo e com uma aceleração cuja rapidez ultrapassava a força do pensamento, tão céleres que se encontravam.
Eram indivíduos que passavam e não pessoas que viviam a vida.
Homens e mulheres perdidos no meio do caminho.
Empresários sem tempo para dialogar com outrem.
Executivos e advogados mais preocupados com o horário e o dinheiro, com seus trabalhos velozes e apressados, do que consigo mesmos.
Bancários e comerciantes que superavam a velocidade do pensamento e ultrapassavam a aceleração do tempo, sem oportunidades para si próprios, esquecidos e ignorados e sem identidade dentro daquele clima de transeuntes ocupados com seus problemas e aparentemente desesperados com a vida que levavam e a existência que carregavam como um peso pesado da realidade.
Ali, não havia sonhos nem esperanças.
Lá, era o lugar da bagunça mental e do caos social e ambiental da Cidade do Rio.
Pareciam máquinas.
Eram motores ligados e desregulados, perdidos e dispersos, alterados em suas emoções, desequilibrados por seus desejos, anseios e paixões, descontrolados dentro da massa e sem domínio algum da parte deles mesmos.
Era a massa, gente sem identidade, indivíduos sem personalidade, pessoas superficialmente sem caráter algum.
Sujeitos sem particularidades.
Egos sem eu.
Assim é o indeterminismo atual, que encontra no individualismo das pessoas a chance para se promover e a oportunidade para se instalar no interior da realidade cotidiana.
Indivíduos, mas não pessoas.
Porque pessoas indefinidas e indeterminadas.
Que fazem da turbulência mental e social o único caminho de existência nesta vida, uma vida sem identidade.


15. Somos de Deus,
embora ateus

O Ateísmo dos tempos modernos tem uma identidade diversa dos séculos passados onde predominava a idéia da ausência de Deus na realidade e na vida humana, ao contrário e diferente de hoje cujo entendimento é o de que precisamos de um outro modelo de Divindade, uma nova visão do Criador e uma diferente interpretação da realidade divina, eterna e infinita, transcendente e imortal, da vida sem fim e sem limites que vai além da morte física e temporal.
Pertencemos a Deus, mas tendo de Deus um olhar mais transparente, autêntico e verdadeiro.
Reconhecemo-nos criaturas do Senhor, todavia olhamos agora esse Senhor com mais consciência do que de fato Ele é e representa para nós, um Senhor amigo e amoroso, compreensivo e respeitoso, bom e pacífico, eterno e maravilhoso, poderoso e misericordioso, vivo e infinito, perfeito e excelente, fiel aos seus princípios e favorável a quem é bom e faz o bem, que oferece sempre os seus benefícios presentes a quem procura viver uma vida de direito e respeito, livre e responsável, equilibrada e sensata, tolerante e compreensiva, amiga e generosa, fraterna e solidária, justa e verdadeira.
A partir desses princípios naturais da vida e existência humanas, descobrimos um outro Deus, nos conscientizamos de que o Senhor também é natural, e não sobrenatural como afirmavam no passado.
Sim, Deus é natural.
O Senhor é humano.
O Criador compreende a gente.
É nosso amigo.
Em função dessa compreensão da atual realidade divina, o indeterminismo faz o seu jogo cotidiano tornando-se então mais racional e consciente de suas responsabilidades no interior da sociedade.
Como se observa, graças ao pensamento e à realidade indeterministas e sua visão da história e da humanidade podemos hoje nos alegrar com a possibilidade de uma outra idéia de Deus, sempre presente e insistente na realidade das sociedades humanas, porém hoje mais compreendida e pelos humanos feita mais consciente, liberta dos preconceitos de outrora e de suas superstições bloqueadoras de sua racionalidade.
Temos então o mesmo Deus de toda a história da humanidade entretanto com uma consciência maior e melhor por parte dos homens e mulheres contemporâneos, entendimento esse propiciado pelos questionamentos constantes e pela problemática existencial e espiritual erguida pela ideologia indeterminista.
Hoje somos mais conscientes de quem Deus é.
E assim mais comprometidos com Ele.
Mais fiéis a Ele.
Mais amigos dEle.
Eis o Deus da Vida como de fato Ele se dá para nós.
Eis o que Ele representa para nós hoje.


16. O Princípio da Incógnita

Aplica-se o Princípio da Incógnita em situações de conflito que precisam ser solucionadas, em casos de emergência onde se observa tensões entre os adversários e pressões entre os inimigos, em circunstâncias de perigo ou crise psicológica e espiritual, mental e existencial, vivencial e emocional, em momentos de aflição e angústia, tristeza e depressão, nos instantes mais graves da nossa vida de cada dia quando não encontramos respostas para as nossas perguntas, ou nos envolvemos em uma rua sem saída, ou não sabemos solucionar as nossas dúvidas e incertezas mais insistentes.
Nesses casos e em tais condições de vida e existência, o Princípio da Incógnita acalma os grupos e indivíduos, tranqüiliza os ambientes adversos, ameniza o clima contrário, atenua as contrariedades e as contradições internas e externas que ora encontramos em nossos relacionamentos de família e de trabalho, nas discussões sérias com conhecidos no meio da rua, nos debates nas universidades quando os raciocínios se tornam críticos e as retóricas se acham dialéticas, no bate-papo do dia a dia ao entrarmos em choque com pontos de vista diferentes, visões da realidade contrárias à nossa, interpretações antagônicas acerca dos seres e das coisas que envolvem os fenômenos da realidade, brigas e confusões entre colegas do trabalho ou vizinhos do mesmo condomínio, condições vivenciais que apontam para a maldade das pessoas e a violência contra a sociedade.
Digamos por exemplo que 2 namorados vivem discutindo noite e dia sobre a necessidade de fazer ou não sexo antes do casamento. Como resolver essa questão ? Apelando-se para o Princípio da Incógnita nota-se que passamos a encontrar um terceiro caminho de solução para essa crise de sexualidade entre um jovem moço e uma jovem garota.
Fazer sexo ou não antes do casamento ?
O Princípio da Incógnita nesse caso atuaria dizendo: “mais tarde falamos sobre isso”; ou “depois a gente conversa”; ou “não se preocupe com isso, ocupe-se sim com outras coisas”. Ou seja, o Princípio da Incógnita intenciona manter a dúvida sobre a questão, a incerteza na relação, o desconhecido como ponto de partida amenizador dos conflitos então gerados, proporcionando assim calma aos ânimos agitados e tranquilidade às pessoas briguentas, dando-lhes mais tempo para pensar sobre o assunto, mais condições de liberdade para tratar bem do problema, mais alternativas de solução para a problemática instalada, mais oportunidades para condicionar respostas e soluções para essas crises existenciais, tensões espirituais e pressões sociais e mentais, abrindo pois o caminho possibilitador de um ambiente mais agradável e favorável que realmente leve ao milagre da opção mais certa, racional e equilibrada para as circunstâncias turbulentas que ali se criaram.
O Princípio da Incógnita sempre acha uma terceira via solucionadora para os problemas existentes.
Ele, o Princípio da dúvida que acalma, da incerteza que tranqüiliza e do desconhecido que nos traz naquele momento uma paz relativa e provisória, a partir da qual se procurará a solução desejada para ambos, os agentes conflitantes.
Ele, uma alternativa razoável,
a opção talvez mais certa naquela hora,
a atitude madura de quem quer bem resolver o problema,
a certeza de que o equilíbrio tem que ser mais forte e o bom-senso a ação mais adequada em tais circunstâncias.
Ele, um caminho de solução,
uma resposta em meio a crises, pressões e tensões, doenças e enfermidades, desvios e aberrações, desesperos e aflições, inconstâncias e instabilidades, conflitos e discordâncias, contradições que propiciem comportamentos violentos e gestos agressivos.
Uma boa estrada nos instantes mais difíceis e nos momentos quase impossíveis da nossa vida cotidiana.
Um jeito diferente de resolver as coisas.


17. Às Margens do Vácuo

A Realidade da experiência humana cotidiana nos mostra que sempre estamos nesta vida entre as fronteiras da razão e da desrazão, do equilíbrio e da loucura, do sensato e ordenado e do imaginado e inconsciente, do real e do irreal, do racional e do irracional, do intencional e do acaso, ou seja, em outras palavras, às margens do vácuo, podendo ou não muitas vezes cairmos no vazio espiritual e no nada da existência ou ao contrário mantermos o controle da nossa mente e das nossas emoções, desejos e paixões, e o domínio sobre nós mesmos, equilibrando-nos no meio da realidade, agindo com juízo e bom-senso em nossas atividades diárias e noturnas e em nossos relacionamentos interpessoais e em nossos comportamentos interdependentes, refletindo assim a necessidade que temos uns dos outros, a exigência da nossa natureza por ações fraternas e solidárias e atitudes cooperativas e colaborativas.
Além dos limites da racionalidade e das fronteiras da realidade, seja no campo da ética ou do conhecimento, seja na dimensão natural ou sobrenatural, seja na condição mental ou espiritual, seja nas circunstâncias de família e trabalho ou nas situações de ordem política, econômica, social e cultural, está o mundo do vácuo, o universo do silêncio, a realidade do vazio e o ambiente do nada.
Parece mesmo que em nosso dia a dia vivemos entre o silêncio e o barulho, a vida e o nada, a existência e o vazio, o tudo e o vácuo.
Sim, viver é estar diante do abismo.
É arriscar-se a cair ou não na ausência do sentido e na falta de razões para viver e existir.
A Vida de fato é uma corda-bamba.
Nós, os equilibristas.
Se cairmos, vamos ao fundo do vazio e do abismo.
Se nos equilibrarmos bem, então teremos a vida, viveremos bem a nossa vida de cada dia.
Ora, o segredo pois de uma boa vida é o equilíbrio da mente e o bom-juizo da consciência.
Sem eles, tudo é o vazio da doença, o abismo da cultura da morte e da violência, o nada de uma existência sem sentido e razões para viver, o silêncio sem amor, a mentalidade de quem faz do vácuo a sua ideologia, a sua liberdade e felicidade.
Portanto, manter o equilíbrio e usar sempre o bom-senso em nossos comportamentos é com efeito garantir a nossa segurança existencial, fugindo dos laços da indefinição e das cadeias e prisões da indeterminação.
Conscientes de nossos limites humanos e naturais, sabemos que estamos sempre perante a realidade oca, o buraco negro da existência, o fundo sem chão de uma experiência indefinida, o mais profundo solo da indeterminação dos seres e das coisas.
Devemos pois ser equilibristas.
E tomar consciência do que està às margens da vida: o vácuo da existência, o vazio da espiritualidade, o silêncio do tempo e da eternidade, o nada de uma realidade irreal e irracional, o abismo da inconsciência imaginária total ou parcialmente alienada.
Fora de nós, por conseguinte, o fundo sem fundo.
Dentro de nós, o equilíbrio da racionalidade e o bom-senso de uma cabeça sadia e de bem com a vida.
Que Deus, o Senhor, nos ajude a ser nesta vida bons equilibristas.
Buscando sempre o bom-senso das coisas e fugindo permanentemente da loucura de uma imaginação doente que nos persegue a cada instante.
Sejamos da vida, pela vida e para a vida.
O Resto é o vazio.


18. O Ser e o Vazio

A Existência humana e sua realidade cotidiana nos apresentam os conteúdos do ser natural e universal, e os detalhes de sua essência globalizadora e as diferenças de sua substância totalizante.
À margem desses conteúdos pensantes, discernentes e cognoscentes está o vazio da vida indefinida e o nada dos ambientes indeterminados.
No vazio do ser, a irrealidade de um viver sem sentido e a irracionalidade de um existir sem razões suficientes para se constituir, se propagar, se consolidar e se estabilizar.
Ali, o nada é a presença, o vazio é a essência, o silêncio é a transparência, a ausência é a consciência, a falta é o todo, o abismo é o mais fundo da realidade e o mais profundo da eternidade.
Sim, entre as fronteiras do ser e suas manifestações simbólicas e imaginárias, eidéticas e eustáticas, intencionais e insofismáticas, vivenciais e experienciais, e os limites do nada que nada para o mergulho no oceano das coisas vazias e dos seres faltantes, das instâncias silenciosas e das aparências ausentes, se encontram as relações entre as pessoas, as suas conexões internas e externas, a sua interatividade com a realidade, o tempo e a história, o seu compartilhamento de tudo o que é bom e faz bem à vida humana, à natureza criada e ao universo gerado, a cooperação mútua entre grupos e indivíduos que comungam das mesmas idéias e conhecimentos e participam dos mesmos interesses em jogo, a colaboração recíproca entre comunidades distantes e sociedades locais, regionais e globais, o intercâmbio de atividades conscientes e de exercícios reais e racionais, temporais e históricos.
A Realidade da experiência cotidiana nos oferece essa possibilidade de vida e essa alternativa de trabalho: ser mediadores entre o ser e o vazio, intérpretes das concordâncias ou não entre a essência e o nada, visualizadores das discórdias ou não entre a substância vivente e o vácuo sem alma.
Somos pois na vida intercessores junto a Deus, realizando e construindo o ser, o pensar e o existir, e ignorando e destruindo os antagonismos da existência, as antinomias da humanidade, as contradições da vida, as adversidades da realidade e as contrariedades da consciência, da experiência e da existência, identificados com a cultura do mal, da morte e da violência e com uma mentalidade que despreza a saúde das pessoas e o bem-estar pessoal e social.
Nessas relações de vida, que fazem a conexão entre o ser e o vazio, se acha a energia vital, a dinâmica do mundo, o movimento da natureza e o processo de vida móvel do universo.
Somos relações vivas.
Vivemos em situações intercambiantes.
Existimos a partir de interatividades que se completam e em função de compartilhamentos que se enriquecem e aperfeiçoam na ajuda de uns aos outros.
Somos operações interdependentes.
Tal verdade real nos afasta de uma vida sem sentido.
Então, o vazio foge de nós e o ser se enche de conteúdo humano e natural.
Até as pedras se integram dentro dessa realidade interativa.
Tornam-se pedras vivas.
Ajudam na construção do edifício do bem e da paz, o principal conteúdo do ser.
Somos essas pedras vivas, produzindo no seio das sociedades humanas a fraternidade universal e a solidariedade entre os povos.
É como se Deus viesse habitar no meio de nós.
Ele, o Ser sem vazio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A Era do Limite

A Era do Limite

Introdução

Tentamos aqui e a partir de agora mostrar e demonstrar neste trabalho de pesquisa a importância de nossos limites naturais na vida de cada dia , salientando pois ao mesmo tempo a necessidade que temos hoje de tomar consciência de sua realidade em nossas existências, entender as suas manifestações sociais e ambientais e compreender o modo pelo qual devemos reagir diante deles, a fim de que assim, conscientes de seus fenômenos em nós e por nós, vivamos bem a nossa vida, sem excessos ou exageros, com equilíbrio, pois nesses casos a virtude está no meio, onde a verdadeira medida é viver sem faltas e sem atitudes em demasia.
Nessa era dos limites, sejamos conscientes e responsáveis perante as fraquezas de nosso corpo, os cansaços e fadigas de nossa mente e os esgotamentos e debilidades de nosso espírito.
Somente assim teremos de fato uma vida de qualidade, de saúde plena e bem-estar razoável.
Sejamos conscientes.

A Consciência de nossas limitações

1. As Barreiras e as Fronteiras de nosso estado de vida

Dentro e fora da realidade da experiência cotidiana, observa-se nos seres humanos um crescente processo de conscientização das suas limitações naturais, temporais e reais, em que conscientes de nossos limites podemos melhor administrar a nossa vida de cada dia, os nossos trabalhos e atividades diárias, nosso comportamento individual e social, sabendo de antemão que se convivemos em sociedade devemos então suportar as diferenças e limitações de nossos semelhantes, o que nos proporciona um convívio social de mais qualidade, perfeito em seu entendimento mútuo e compreensível em seu relacionamento humano e natural, dando-nos então a possibilidade de uma vida mais excelente, perfeita e de qualidade social há muito tempo comprovada.
Nossas limitações se identificam muitas vezes com a dor e o sofrimento do dia a dia, as doenças e as enfermidades que enfrentamos, o medo e a insegurança propiciados pela violência urbana e rural, o esgotamento mental, o cansaço físico e a fadiga psicológica e espiritual que quase sempre assumimos em nossa convivência cotidiana.
Além disso, o desemprego e a falta de trabalho e ocupação profissional, os conflitos familiares, as controvérsias escolares e universitárias, a dialética das idéias e dos conhecimentos adquiridos, consolidados e desenvolvidos, a antítese de pensamentos que se contrariam, a adversidade de atitudes que se chocam diariamente, a guerra entre o bem e o mal, distúrbios mentais e emocionais, a depressão patológica, a tristeza e a angústia, o nada e o vazio espirituais, a dúvida e a incerteza céticas, o indeterminismo de nossas posturas sociais e culturais, políticas e econômicas, a indefinição de nossas ações éticas e religiosas, a batalha pela vida e a luta por um estado de saúde melhor, a superação de preconceitos e superstições, a ultrapassagem de obstáculos mentais e a transcendência das confusões da mente e das complicações irracionais, a ignorância e a ausência de conhecimento e discernimento que nos possibilitem separar as coisas.
Tudo isso, enfim, nos mostra que vivemos atualmente a era do limite, ou seja, assumimos cada vez mais e melhor uma consciência de nossas limitações e dificuldades, uma vivência de fronteiras comportamentais bem definidas uns em relação aos outros.
Somos mais conscientes de nossos limites humanos e cotidianos.
Estamos no limite da existência humana.

2. A Finitude Temporal

Estar no mundo, ser limitado historicamente, assumir a nossa temporalidade mortal, abraçar as nossas fronteiras psíquicas, sociais e espirituais, abarcar as nossas contingências reais e atuais, comprometer-nos com as nossas margens comportamentais cotidianas, compreender e aceitar conscientemente as definições de nossas tendências e os determinismos de nossas possibilidades presentes e futuras, reconhecer o nosso passado carregado de bloqueios mentais e físicos, saber de antemão até onde podemos chegar e quando devemos parar, discernir os sonhos impossíveis e os anseios irrealizáveis dos acontecimentos do dia a dia plenos de travamentos políticos e econômicos, sociais e culturais, perceber aonde a nossa natureza atinge os seus objetivos, assumir as nossas finalidades e metas cheias de obstáculos humanos e naturais, observar sempre a diferença entre a nossa racionalidade real e a nossa imaginação louca, entender e preservar as nossas carências afetivas, os nossos desejos vazios e as nossas necessidades insatisfeitas, enfim, conscientizar-nos de nossa finitude e temporalidade, sempre pois com uma perspectiva de eternidade, cujos valores de bem e de bondade, as virtudes da paz e da concórdia, e as vivências fraternas e solidárias então alcançarão a sua plenitude de liberdade e excelência de felicidade, eis os detalhes da verdadeira diferença que devemos fazer entre os nossos limites cotidianos e as nossas possibilidades eternas e infinitas.
Olhar a realidade desse modo nos ajuda a viver bem a nossa vida de cada momento, garantindo para nós boa qualidade de vida, enriquecida com os favores que a natureza nos propicia e aperfeiçoada com os benefícios que a vida nos proporciona, sempre conscientes de que esse estado de vida natural é positivo, nos enche de alegria e otimismo, porque vem de Deus, o Senhor, a Razão da vida e o Sentido da natureza.
Compreendendo por conseguinte tal situação real e natural em que aqui e agora nos encontramos, concluímos que esses limites temporais e suas finitudes históricas – como a dor, o sofrimento e a morte – são negações do corpo e da alma humanas, que contradizem nossas esperanças de um mundo melhor.
Todavia, é na natureza, que deriva de Deus, e não no sofrimento, que está a nossa salvação, purificação e felicidade.
Somos felizes e nos purificamos, não quando sofremos, porém ao fazermos o bem e vivermos em paz uns com os outros.

3. A Ideologia Existencialista

Segundo os pensadores da filosofia existencialista dos tempos modernos, posterior ao socialismo liberal e democrático, e antes ao capitalismo selvagem, como Sartre – e os limites da náusea emocional, do nada existencial e do vazio espiritual -, Heidegger – e as fronteiras da temporalidade, da finitude e da historicidade -, Marcel – e as definições dos valores católicos e cristãos – e outros, a história da humanidade tem sido, desde as suas origens mais distantes até o momento de hoje, um processo de ocorrências cujas características se identificam com realidades tais como a condição humana e natural, os limites e os determinismos de sua natureza, as definições da sua consciência imanente, transcendental e transcendente, os bloqueios mentais e as barreiras psicológicas e sociais, os obstáculos ao conhecimento verdadeiramente possível, as impossibilidades da racionalidade questionadora, o lado imaginário da mente, a irrealidade de certos comportamentos e a irracionalidade de algumas ideologias, a inconsciência de outras atitudes que se alienam da realidade em torno de si, os preconceitos mentais e as superstições religiosas, as confusões cerebrais e as complicações de determinadas teorias, as ações dogmáticas e os pensamentos carregados de dúvidas e incertezas, a cultura do descartável, a ética individualista baseada na solidão patológica e no isolamento psicótico, o travamento da inteligência e a queda dos paradigmas da estabilidade diante da mutabilidade da experiência e da instabilidade das práticas cotidianas, a violência das cidades, a maldade das pessoas, a divisão das classes sociais, a exclusão de indivíduos e a marginalização das ruas, morros e favelas, a tirania e o autoritarismo dos poderes constituídos, a intolerância sexual, racial e religiosa, a ignorância e o analfabetismo de populações inteiras aliadas à sua pobreza e miséria, a alienação do real e do dia a dia, endemias e epidemias graves, o que nos dá a correta visualização atual do que acontece no mundo contemporâneo em termos de limites temporais e condicionamentos históricos, refletindo de fato assim o fenômeno da natureza humana, definida em suas essências e determinada em suas experiências diárias.
Com efeito, a corrente existencialista de hoje soube refletir bem sobre as limitações do homem e da mulher, sujeitos pois às intempéries da história e aos cárceres do tempo, prisioneiros de sua própria natureza e escravos de sua mesma condição humana.
Os existencialistas nos mostraram e demonstraram que somos limitados na nossa natureza.
Nossas vidas têm fronteiras.
Nossas existências possuem obstáculos.
Devemos compreender essa realidade, se de fato almejamos a nossa tão sonhada felicidade real.

4. As Regras Sociais e os Padrões Comportamentais

Desde os tempos antigos, as pessoas se juntam e se unem para viver em sociedade constituindo um poder central que ordene a sua vida comunitária, discipline suas consciências e experiências e organize a sua realidade cotidiana, para isso criando regras sociais e gerando padrões comportamentais capazes de lhes proporcionar saúde física e mental, e bem-estar social, político, econômico e cultural.
Tais regras de vida e padrões de existência são necessários para garantir a estabilidade da sociedade, consolidar seus princípios morais e espirituais e empreender o progresso dos povos e o desenvolvimento das nações.
Esses limites sociais em forma de regras de conduta e padrões de comportamento são definidos por um “contrato” entre os habitantes da região de modo a lhes oferecer garantia de vida, segurança em seus trabalhos e atividades e sustentabilidade para suas famílias, células principais e vitais da sociedade.
Sem essa regulação do ambiente social vivido, impossível seria o bom convívio entre as pessoas, que vêem nessas leis comunitárias o fundamento de sua sobrevivência como gente, povo ou nação.
Portanto, os limites são necessários, sejam eles naturais ou culturais.
Precisamos de regras, base da boa convivência.
Por meio de padrões de ação, vivemos bem e convivemos melhor uns com os outros.

5. A Morte: o maior dos limites

A Morte física e biológica é o fim da vida terrena e a continuidade da vida da eternidade.
É o limite da biologia.
É a fronteira da matéria.
Com ela, perde-se o tempo e ganha-se o infinito.
Porque a vida é eterna.
Não termina com a morte.
Entre a vida e a morte, o limite do tempo e da história, e o desejo da eternidade, o anseio pela permanente continuidade, a luta pela vida sem fim, a busca pela energia vital, o espírito eterno, a alma duradoura, o espaço sem limites, a região sem fronteiras, o mundo espiritual, o universo animado pela vida que não acaba.
Diante da morte como limite da temporalidade e fronteira da historicidade, abre-se a porta da possibilidade de uma vida fundamentada pelo Espírito Eterno, Supremo e Superior, que chamamos de Deus, o Senhor.
Além dos limites da mortalidade, descobre-se a imortalidade, a perpetuidade de uma vida boa baseada na Divindade, origem da vida e fim da morte.
Morrendo, nos abrimos para a vida, renovamos as nossas energias vitais e nos libertamos mais uma vez mergulhando no oceano da eternidade, a casa de Deus.
Superando os limites da morte, ultrapassando as suas fronteiras temporais e históricas, invadimos a nossa transcendência da alma cuja energia de vida é inesgotável.
Desde então, nos tornamos eternos e infinitos, vitais e inesgotáveis, transcendentes e para sempre.
A Morte é o limite e o fim, todavia a vida é a continuidade e a eternidade.
Somos eternos, contínuos, vitais e inesgotáveis, espiritualmente fortes e animados pela energia divina, sustento da vida humana.

6. A Necessidade do Equilíbrio
e do Bom-senso

Quando estamos no limite de nossa existência ou fazemos dele o ponto de equilíbrio de nossas ações, sentimentos e desejos, ou o tornamos a nossa idéia mais forte e a nossa atitude mais firme, sensata e consolidada, segura e estável, constante e duradoura, permanente e fundamentada, então o bom-senso de uma vida consciente e razoável nos diz claramente que nesse instante estamos de bem com a vida, com a saúde lá em cima, em paz conosco mesmo, garantidos interiormente, com as nossas seguranças blindadas e reforçadas, as quais se identificam nesse momento com o bem-estar interno em que nos encontramos cujo reflexo se apresenta fora de nós, no ambiente que nos envolve, nas pessoas felizes com a nossa presença junto a elas, na energia positiva e no otimismo sempre freqüente de quem sempre nos acompanha e se põe ao nosso lado para o que der e vier.
No equilíbrio, o nosso limite.

7. A Lei Natural

A consciência humana, que tem dentro de si a lei natural, criada por Deus, o Senhor, para a felicidade do homem e da mulher, suas criaturas, deve ser fiel ao Criador, Autor da Vida, e assumir um compromisso responsãvel com sua execução prática na vida cotidiana, trabalhando sem cessar para a saúde e bem-estar de todos e cada um dos seres humanos.
Eis aqui a lei natural, a lei da natureza humana:
1) Fazer o bem e evitar o mal
2) Procurar a paz e não a violência
3) Buscar a luz e não as trevas
4) Praticar o amor e não o ódio
5) Amar a vida e não a morte
6) Ser direito
7) Amar a justiça
8) Conhecer a verdade
9) Buscar a liberdade
10) Procurar a felicidade
11) Respeitar os outros
12) Ser responsável
13) Ter juízo e bom-senso
14) Buscar a humildade e a simplicidade
15) Procurar a calma e a tranquilidade
16) Amar o silêncio
17) Conversar com Deus, o Senhor, o Criador, Autor da Vida

8. Os Limites da Natureza Humana

Homem e mulher, na sua natureza específica, têm limites determinados, cuja fronteira natural não pode ser ultrapassada por ambos.
São limites humanos naturais:
- a fadiga, o cansaço e o esgotamento mental
- a dor, o sofrimento e o sacrifício
- a doença, a moléstia e a enfermidade
- o bloqueio mental (preconceitos e superstições)
- o conhecimento verdadeiramente possível
- o bem que reage à ação do mal
A humanidade precisa compreender os seus limites naturais.
Deste modo, será feliz.

9. A Ordem Natural de todas as coisas

Existe ordem na natureza ? Quem pensou essa ordem ? Alguém projetou a ordem do universo ? O Pensamento cria a realidade ? O Pensamento cria a ordem da realidade ? Há uma Mente Superior, ordenadora do caos, que organiza a realidade ? Uma Razão Universal governa a vida, o tempo e a história, a consciência humana, a realidade natural e cultural de todos os seres e todas as coisas ? Deus é natural ? O Real é racional ? O Racional é real ? O Pensamento é real e natural ? A Natureza possui uma ordem, uma racionalidade própria, ali inserida por Alguém ? Acreditamos que sim. Existe uma ordem, uma lógica do concreto, uma racionalidade natural no interior da realidade, a qual é projetada e pensada por Alguém Superior, que chamamos de Deus, o Senhor.

10. As nossas Necessidades

Quando comemos ou bebemos, tomamos banho ou escovamos os dentes, colocamos uma roupa ou usamos um sapato, vamos para o trabalho de ônibus ou metrô, e retornamos ao fim do dia para a nossa casa, e descansamos e dormimos em nossa cama, restabelecendo então as nossas forças e energias para o dia seguinte, estamos pondo em prática os limites de nossas necessidades, através de um movimento sem fim, um processo permanente de construção de novas atividades e diferentes possibilidades de satisfação vocacional e realização profissional, realizando assim os nossos desejos diurnos e noturnos e experimentando ao mesmo tempo os nossos anseios por uma vida melhor e de qualidade, saudável e agradável, cuja saúde individual e bem-estar coletivo é viver bem e em paz consigo mesmo, construindo pois uma vida de fraternidade e solidariedade capazes de garantir as nossas seguranças neste mundo e proteger as nossas energias vitais que experimentamos sempre cotidianamente.
Nossas vidas são feitas de necessidades
No necessário, estão as nossas condições de vida e os limites da nossa existência.

11. A Condição Humana

Homem e Mulher, criaturas de Deus, em sua natureza, são determinados historicamente, no tempo e espaço em que vivem, aqui e além, na Eternidade, por vários aspectos que compõem a vida humana cá no Planeta Terra, onde vivem na sua finitude temporal. Ei-los:
1) Desejos humanos
2) Necessidades naturais
3) Consciência
4) Liberdade
5) Sexo
6) Família
7) Escola
8) Trabalho
9) Sofrimento
10) Morte

Tais condicionamentos humanos e naturais limitam, tendenciam e possibilitam a vida humana aqui e além, na Terra e na Eternidade.

12. As Definições Temporais

No tempo da vida e na vida do tempo, temos uma vocação a ser desempenhada junto aos nossos semelhantes, abraçamos uma profissão com a qual nos realizamos colocando em prática a nossa criatividade, os nossos dons, carismas e talentos, abarcamos em nós a possibilidade permanente de construção de novas idéias e diferentes conhecimentos, somos condicionados pelos desejos que criamos e pelas necessidades que nos satisfazem, somos desejados pelos desejos dos outros, pensamos o que outros antes já pensaram, sentimos os sentimentos alheios, nos comportamos de acordo com as determinações do ambiente em que vivemos ainda que façamos sempre a diferença que se encontra na nossa liberdade de opções bem feitas e de alternativas bem concretizadas, embora essa tal liberdade seja continuamente condicionada pelas minhas necessidades humanas e naturais e pelas regras sociais e demais padrões com que a realidade nos envolve.
Essas definições temporais fazem parte da nossa natureza biológica e social, são constituídas pelas condições históricas e pelas limitações reais do nosso convívio cotidiano, determinam os nossos comportamentos atuais e interferem nas nossas decisões mais importantes da vida de cada dia.
Se namoramos e nos casamos, se produzimos uma família, se construímos um trabalho e nos encontramos empregados, se estudamos em uma universidade ou vamos ao hospital tratar de um problema de saúde, se vamos à igreja rezar e conversar com Deus, se vamos fazer compras no supermercado ou tomar uma água e um cafezinho no botequim, se compramos pão e leite para os nossos filhos e netos na padaria ou nos dirigimos à farmácia para buscar um remédio necessário, se compramos o jornal no jornaleiro todas as manhãs ou vamos aos Correios enviar uma carta aos amigos, se almoçamos no restaurante da esquina ou compramos alguns produtos no shopping do bairro, então percebemos que realmente somos definidos pelas coisas temporais e pelos seres históricos, sendo cotidianamente bombardeados por esses condicionamentos que a realidade social nos obriga a suportar.
Então, eu quero sim, porém quero o que os outros também querem.
Sou feito por mim e pelos outros.
Tal a nossa temporalidade.

13. Os Determinismos Históricos

As grandes guerras mundiais, as reformas institucionais e constitucionais, as revoluções políticas e sociais, culturais e econômicas, a violência urbana e rural, a agressividade das pessoas, os distúrbios mentais e emocionais, os desvios de caráter, as aberrações da personalidade, as doenças incuráveis, as moléstias em forma de epidemias e endemias, as enfermidades hospitalares, o medo e o pânico de grupos e indivíduos, a fome e a miséria, a ignorância e o analfabetismo, a corrupção moral e a intolerância religiosa, a transgressão sexual e os preconceitos raciais, a exclusão e a marginalização social e econômica, a falta de transparência e autenticidade na ética e na política, a tirania e o autoritarismo dos poderes, a pedofilia e a pornografia sexual, o alcoolismo e o tabagismo, o tráfico de drogas e o comércio de entorpecentes como a maconha, a morfina, a heroína e a cocaína, a prostituição infantil e adolescente, a exploração sexual de mulheres exportadas para o exterior, os crimes da internet, a pirataria e a compra e venda de produtos ilegais, as injustiças sociais e as representações ilegítimas, os escândalos e a má fama de autoridades e pessoas famosas, a manipulação dos meios de comunicação em favor de atividades incorretas, enfim, as divergências e as contradições históricas e sua rede de contrariedades temporais e sua teia de adversidades cotidianas, constituem os determinismos que a realidade em que vivemos nos impõe, escravizando ao mesmo tempo os nossos sonhos de liberdade e aprisionando pois os nossos desejos de felicidade.
A Realidade histórica e a experiência temporal cotidianas determinam as nossas idéias e os nossos conhecimentos, os nossos anseios e sentimentos, as nossas operações físicas e mentais e os nossos comportamentos materiais e espirituais.
A Realidade tem regras, a sociedade possui padrões de conduta e a natureza define as leis que regem os nossos desejos e necessidades.
Então, a nossa liberdade não é “livre”, contudo condicionada aos ditames da experiência cotidiana, a qual nos sujeita aos caprichos de suas determinações práticas.
Somos “livres” até certo ponto.
Na verdade, somos limitados por nossas necessidades humanas e naturais, e pela realidade social que define de que modo devemos agir e comportar ainda que possamos discordar dela.

14. Natureza e Existência

Entre os especialistas e doutores de filosofia, discute-se a seguinte questão:”O Fundamento da existência é a natureza, ou a existência é o princípio da natureza ???”
Muitas respostas até bem fundadas procura-se dar, ora afirmando uma ou outra posição, todavia creio que o aspecto relacional ou a sua interatividade é a melhor solução podendo-se posicionar dependendo do ponto em referência em benefício de uma postura ou de outra de acordo pois com o interesse do visualizador ou da intencionalidade de quem pensa o problema.
O mais importante e interessante é o estado de vida capaz de suportar tanto a hipótese da natureza quanto a viabilidade da existência.
Tal estado de vida é quem constitui a essência da natureza e a substância da existência.
Parece que o ser da coisa ou o conteúdo do ser é a possibilidade mais correta, em função de que se define o seu estar no mundo, cujo contato determina os seus limites naturais e existenciais.
Esse choque entre a essência e a aparência, a substância e o acidente, a consciência e a experiência, a razão e a ação, a inteligência e os acontecimentos, a teoria e a prática, o racional e o real, o repouso e o movimento, o descanso e o trabalho, a estabilidade e o processo, a constância e a dinâmica, o permanente e o exercício, a paz e a guerra, o empenho e a calma, o esforço e a tranqüilidade, enfim, essa dialética de vida com seu motor de contradições interativas faz o sentido de nossas limitações cotidianas e realiza e torna possível a causa de nossas fronteiras realistas e racionalistas, cujos bloqueios temporais e seus obstáculos históricos demonstram a finitude da existência e os limites que a natureza é capaz de assumir e suportar em sua trajetória de vida.
Esse jogo crítico e dialético mexe com o comportamento humano, atinge seus anseios, desejos e necessidades, influencia os seus sentimentos mais profundos e contagia as suas idéias e conhecimentos mais ricos e perfeitos que possam parecer.
Esse duelo natureza-existência toca a vida das pessoas, interfere no destino da sociedade e intervém no presente e no futuro da humanidade, do mesmo modo que o fez no decorrer de todo o seu passado, real, temporal e histórico.
Essa realidade de opostos que se chocam e contradizem faz-nos refletir e tomar uma atitude em prol de uma ou de outra, da qual dependerá o sucesso ou não de nossa vida de relações, paixões e ações, razões e emoções.

15. A Cultura do Descartável

Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar.
Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo.
É a cultura do descartável.
Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária.
Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho.
No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições.
Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias.
Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas.
No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos.
No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões.
Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento.
Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia.
Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz.
Sim, hoje o mundo é descartável.
Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito.
Imperam os malandros.


16. O Medo, o pânico e o desespero das pessoas, assim como suas dores e sofrimentos, e suas doenças, moléstias e enfermidades

O Auge das nossas limitações extremas e o ponto mais crítico de nossos limites naturais e existenciais, ocorre quando os nossos corpos físicos, as nossas mentes conscientes e os nossos espíritos transcendentes sofrem a dor, experimentam a dor da alma, a dor biológica e psicológica, a dor espiritual, a dor que fere e machuca a vida de cada um de nós, alterando então nossas atitudes e comportamentos, agitando nossas cabeças e transformando as nossas consciências, mudando os nossos hábitos e costumes, modificando a raiz de nosso equilíbrio mental e emocional, ao ponto de muitas vezes chegarmos ao exagero do desespero, ao medo sem medidas e ao pânico comportamental descontrolado, violento e assustador.
A Dor é um mistério.
Mas ela é real, acontece mesmo.
E com ela surgem as doenças, crescem as moléstias e agravam-se as enfermidades.
No limite da dor e na fronteira do sofrimento, e às portas da morte, quase sempre perdemos a estabilidade, falta-nos o devido juízo e o correto bom-senso, e o desespero nos pega de surpresa, e ficamos com medo de tudo e de todos, e entramos em pânico, querendo ao mesmo tempo quebrar tudo pela frente, arrebentar com todas as coisas, tornando assim a violência e a pancadaria as soluções imediatas que encontramos para o nosso então desequilíbrio de vida, o que nos faz cair na lata do lixo da existência e no vazio e o nada espirituais.
Aí quase enlouquecemos, nos perturbamos internamente, perdemos a paz interior e o bem que antes costumávamos fazer.
Foge de nós a calma e a tranqüilidade não quer saber mais da gente.
E parece que até Deus desaparece nessa hora.
Ficamos aflitos e em conflito uns com os outros, inquietos e inseguros, insensíveis e indiferentes diante do ambiente que nos cerca.
Ao nosso lado e em torno de nós observamos só inimigos, adversários de plantão querendo nos derrubar e destruir, desejando o nosso fracasso e prejuízo, tentando nos estragar de vez por dentro e por fora.
Ora, perdemos o controle e o domínio de nós mesmos.
Precisamos de ajuda.
Diante de nossos limites, então, alguém surge para nos ajudar.
E vemos assim que somos dependentes.
A Dependência nos revela as nossas limitações neste mundo.
Sim, somos dependentes.

17. O Fator Psicológico

Com todo o respeito e boa educação que são devidos nessa difícil hora da tua vida, permite-me Dona Maria de Fátima te apresentar uma palavra amiga, uma mensagem de esperança, uma carta de orientação psicológica diante dos problemas que tu enfrentas nesse instante, perante as dificuldades, contrariedades e adversidades que te chegam a todo momento seja do trabalho ou da família, seja das tuas ocupações variadas ou te tuas preocupações exageradas, seja da parte do Thiago ou da garota dele, seja dos teus amigos e amigas, conhecidos e conhecidas, parentes e familiares.
Creio por experiência de vida que se a cabeça está boa, então tudo vai bem na nossa vida.
Não importam o lugar ou o ambiente em que nos encontramos de vez em quando, nas diversas horas do dia, ou a situação difícil que atravessamos diariamente ou as circunstâncias quase impossíveis que vivemos durante o dia e a noite, e até de madrugada, como por exemplo o controle do diabetes, os remédios que precisamos tomar, os exercícios físicos que necessitamos fazer como a ginástica ou o teste de Cooper ou as corridas bastante cansativas na Praça Afonso Pena, como tu já nos disseste, ou as andanças e longas caminhadas até a Penha, ou Niterói, ou ao Rio Comprido e à Tijuca, ou ao Méier, sempre dando aulas online e presenciais, ou dirigindo uma escola, ou corrigindo provas e pesquisas da Estácio, ou gerando questões para Concursos, ou operando o teu tempo no MV1 ou no Colégio Padre José de Anchieta, a todo instante em contato com professores, gestores e colegas de trabalho, dirigindo-se a esses locais a pé ou de ônibus ou de metrô ou de automóvel, além é claro das gritarias e discussões com o Thiago ou com a mulher dele dentro ou fora de casa por quaisquer motivos, e ainda os teus compromissos e responsabilidades cotidianas que tu, por ser uma pessoa direita, te vês obrigada a cumprir e realizar, enfim, em toda a tua problemática existencial que tu carregas hoje aqui e agora em tua vida, vivências e experiências de cada dia, não interessam as crises que tu possas atravessar ou as enfermidades que tu tenhas que assumir, em tudo isso é necessário ter uma cabeça boa que administre bem os teus bens, o teu patrimônio, os teus problemas e as tuas coisas, que controle bem a tua mente e as tuas emoções, que te leve ao razoável domínio de ti mesma, mantendo sempre o bom equilíbrio, o juízo ordenado e o bom-senso organizado capazes de te dar então uma vida boa, de atitudes sensatas e disciplinadas, de sentimentos bonitos e profundos e de pensamentos e idéias que te ajudem a viver bem e curtir bem as boas coisas que a vida nos dá.
Como se observa, nossos problemas externos e nossas preocupações do dia a dia têm uma origem interior, psicológica, espiritual, a qual se não for resolvida, propiciará a continuidade das situações contrárias e das circunstâncias adversas.
Portanto, ordenar a nossa mente, disciplinar a nossa razão e organizar a nossa vida, conhecimentos e experiências de cada momento, é vital para consertar os nossos erros diários, diminuir os nossos defeitos de cada instante, equilibrar as nossas finanças, economias e orçamentos domésticos, ajeitar a nossa vida cotidiana, administrar bem nossas tarefas e trabalhos que a toda hora exigem de nós competência e habilidade, vocação e profissionalismo, compromisso e responsabilidade, e acima de tudo sustentar a nossa calma interna e garantir a nossa tranqüilidade interior, tornando-nos cidadãos e cidadãs de qualidade de vida comprovada cujo Fundamento é óbvio é o Senhor nosso Deus, Razão Suprema e Inteligência Superior.
Em vista disso, considero importante que tu não te preocupes nesse período de adversidades com tanto elementos externos, como um novo apartamento para o Thiago, as contrariedades em casa ou no emprego, as dificuldades com a tua saúde, ou os relacionamentos críticos e dialéticos com que tu convives diariamente; todavia, mais interessante do que isso deve ser: garantir a tua saúde pessoal que começa na cabeça, organizar a tua vida e as tuas idéias dando ora e outra uma “paradinha de Pelé” em que crias silêncio no teu cotidiano, intervalos de vida onde possas colocar tudo em ordem, condições necessárias para tu saires da rotina que mata, garantir a tua segurança interior, manter a calma precisa e a tranqüilidade indispensável que te farão bem, e te darão paz social e repouso espiritual.
Tudo isso é apenas uma palavra amiga, um conselho espiritual, os quais te ajudarão a viver uma vida feliz e de bem com tudo e com todos.
Desejo te ajudar.
Conta conosco.
E conta com Deus também nessa hora aparentemente impossível.
Que Ele, o Senhor, te ajude igualmente.

Beijos,

Chico da Glória

18. A Lei da Atração Energética

Quando o homem e a mulher se atraem, se amam e se desejam sexualmente manifestam a lei da atração energética, presente, insistente e existente na natureza humana, criada por Deus, o Senhor.
São reflexos dessa lei ainda o bem que atrai o bem, a paz que atrai a paz, o amor que atrai o amor, a vida que atrai a vida, o respeito que atrai o respeito, a responsabilidade que atrai a responsabilidade, a justiça que atrai a justiça, o direito que atrai o direito, a verdade que atrai a verdade, a luz que atrai a luz – energias que se atraem e se complementam, produzindo frutos, efeitos e consequências em prol da coletividade, em favor da sociedade, em benefício da humanidade.
Se o bem atrai o bem, igualmente o mal atrai o mal, o mau atrai o mau, a violência gera violência, a maldade produz maldade e a ruindade leva as pessoas à marginalidade, à exclusão social e à corrupção moral e espiritual.
Energias que se atraem.
Forças que se complementam.
Poderes que se ajudam para o bem ou o mal das pessoas.
A Energia do bem atua em favor do progresso e da paz pessoal, social e ambiental.
A Força do bem constrói a fraternidade e a solidariedade.
O Poder do bem cria condições boas de vida, saúde, trabalho e educação para as pessoas que vivem e convivem em sociedade.
O Bem e a Bondade atraem coisas boas, positivas e otimistas, boas virtudes morais e espirituais, boas maneiras de ser, pensar e existir, boas idéias e bons ideais, boas experiências de vida, boas ideologias sociais, políticas e econômicas, boas teorias e boas práticas, bons desejos e boas intenções e interesses, boas ações e boas atitudes que ajudam a todos e cada um a possuir boa qualidade de vida, boa situação financeira, bons compromissos sociais, bom respeito pessoal e boa responsabilidade social, cultural e ambiental.
O contrário também acontece.
O Mal e a maldade criam a divisão e a prisão, a opressão e a escravidão, a marginalização e a exclusão, o egoísmo e a falsidade, a corrupção e a imoralidade, os vícios e defeitos, a miséria e a ignorância.
Essas energias, forças e poderes que se atraem e complementam, e se ajudam umas às outras, tanto da parte do bem como do mal, vivem intrinsecamente no interior da natureza, e inclusive da natureza humana.
Atraimo-nos uns aos outros.
Dependemos uns dos outros.
Que Deus, o Senhor, venha em auxílio da nossa fraqueza, e nos ajude a superar os limites da natureza, apontando-nos o melhor caminho a seguir, o caminho do bem e da paz, do amor e da vida.
Deste modo seremos realmente livres e felizes eternamente.

19. O Equilíbrio do Universo

A Vida humana, o tempo e a história, a natureza e o universo, o corpo material, mental e espiritual, movimentam-se equilibradamente, alternando-se entre a ordem e o progresso, a estabilidade e o crescimento, a constância e a evolução, a permanência e o desenvolvimento, o repouso e o trabalho, o descanso e a mobilidade. Esse estado de equilíbrio (justiça) é projetado, pensado, ordenado e organizado pela Razão Superior, que chamamos de Deus, o Senhor, o Criador.

20. A Ordem da Natureza

A Realidade obedece a uma ordem do pensamento.
Na realidade natural universal, existe uma lei(ordem,direito) produzida pelo Pensamento Superior, Razão Suprema, Inteligência maior e melhor.
O Pensamento pois é o responsável pela ordem existente e insistente no interior da realidade natural universal empírica objetiva.
Tal Pensamento Superior e sua lei(ordem,direito) está presente, existente e insistente, inclusive, na natureza humana, esta obedecendo àquela.
Esta é a ordem real natural.

21. A Lei da Natureza

A Natureza humana possui uma lei: a lei natural.
Diz a lei natural:
- faça o bem e evite o mal
- procure a paz e não a violência
- ande na luz e não nas trevas
- pratique o amor e não o ódio
- viva a vida e não a morte
- busque a verdade e não a mentira
- seja direito e não errado
- deseje a justiça e não a injustiça
Diz ainda a lei natural:
- sexo com amor somente entre o homem e a mulher que se amam
Diz também a lei natural:
- Deus, o Senhor, é o Criador da lei e igualmente da natureza humana.

22. A Lei do Eterno Retorno

Historicamente, durante a caminhada temporal da humanidade, em seus ambientes locais, regionais e globais, do princípio ao fim, constatou-se e comprovou-se a lei do eterno retorno. Em outras palavras, o bem e o mal sempre conviveram, com vitórias e derrotas para ambos os lados, dentro e fora do contexto tempo-espacial e eterno dessas mesmas sociedades humanas, geograficamente instaladas e historicamente constituidas. Ou seja, ora o bem vence ora o bem é derrotado. Ora o mal ganha ora o mal perde. Assim é a vida das comunidades humanas, da natureza vegetal e animal e do universo inteiro com seus momentos de luz e de trevas, com suas situações positivas e negativas, com suas circunstâncias otimistas e pessimistas, com suas condições naturais, culturais e ambientais cheias de contrariedades e adversidades, ou plenas de alto astral e auto-estima elevada.
Tal é a lei do eterno retorno.
O Bem retorna vencendo o mal
O Mal retorna ganhando do bem.
Ora a paz e a concórdia.
Ora a guerra e a violência.
Em um instante, a fraternidade e a solidariedade; logo depois, a divisão, a exclusão e a marginalização social.
Surge então uma questão importante: o bem e o mal, serão 2 princípios eternos ? Existirão, convivendo um com o outro, 2 deuses infinitos ? 2 reis, 2 mestres, 2 doutores, 2 fontes, 2 princípios, 2 origens, 2 fundamentos, 2 deuses, 2 senhores ?
Não sabemos.
No entanto, a experiência cotidiana nos afirma a insistência desses 2 momentos antagônicos, antitéticos, contrários, adversos, graves, críticos, dialéticos, contraditórios...
Cabe a nós escolher o nosso caminho.
Eu opto pela estrada da liberdade e da felicidade que me levam a Deus, o Senhor, o Criador, o Autor da Vida, o Fundamento de todos os fundamentos.

23. A Vida é uma Dialética

Muitas vezes em nossa vida diária através de uma idéia que surge em nossa mente construímos um mundo de possibilidades para a nossa existência, criamos novas realidades e diferentes experiências, produzimos ricos conteúdos de conhecimento de qualidade, como em um processo TESE – ANTÍTESE – SÍNTESE, que denominamos de movimento dialético, onde um fenômeno que acontece no cotidiano é contraposto por outro, e este por sua vez sofre uma diversa contradição gerando então um fenômeno agora transformado, resumo dos contrários que o antecederam, produto das adversidades que o geraram.
Assim é a vida de cada dia e de cada noite.
Vivemos por meio de contradições, que se guerreiam umas com as outras, gerando novos contrários e diferentes realidades contraditórias cuja síntese é um perfeito universo de experiências que tendem para o bem que fazemos e para a paz que vivemos, visto que a nossa natureza é boa originalmente, porque vem de Deus, e tudo o que ela cria e propaga caminha para a nossa felicidade e bem-estar, desenvolvendo em nós, de nós e para nós, e por nós, a boa liberdade que se identifica com o direito e o respeito vividos, a responsabilidade em nossas atitudes e relacionamentos, o juízo e o bom-senso em nossas atividades, o nosso equilíbrio mental e emocional, o controle da nossa cabeça e o domínio de nós mesmos..
Portanto, através de contradições sempre novas e diferentes vamos construindo a vida, articulando outras realidades e condicionando diversas experiências fecundas e profundas, sempre nesse processo dialético em que uma palavra produz palavras que se contrariam que por seu lado geram outras palavras que se contradizem, permitindo ao final a síntese de uma ótima ideologia transformadora, que então modifica para melhor os nossos ambientes de vida, metamorfoseando o nosso cotidiano, dando-nos pois a possibilidade de uma vivência mais ordeira e pacífica, mais fraterna e solidária, mais livre e feliz, mais saudável e agradável.
Viver portanto é contradizer e contradizer-se, o que nos propicia novas atitudes perante a realidade, diferentes olhares sobre o cotidiano, outras posturas sociais diante dos problemas, gerando-nos uma vida de possibilidades múltiplas e de alternativas diversas, mais rica em conteúdo e mais perfeita na sua experiência de cada instante.
Somos dialéticos.
Por meio da dialética, o mundo se desenvolve, a vida se processa, a realidade progride, o ambiente evolui, e crescem as nossas melhorias sempre mais abertas e libertas, renovadas e restauradas, recuperadas e regeneradas, em um movimento perene de grandes descobertas que se concretizam e de gigantescas revelações que nos surpreendem a todo momento.
Dialetizando, a vida se constrói.
Ficamos mais ricos.
Nos tornamos mais perfeitos.
Aumenta a nossa qualidade de existência.
Superamos limites.
Ultrapassamos obstáculos.
Transcendemos as barreiras dos preconceitos mentais e das superstições religiosas.
Vivemos então a excelência de uma realidade humana, naturalmente constituída e culturalmente desenvolvida.
Metamorfoseamos assim as nossas experiências e situações diurnas e noturnas.
Nos transformamos para melhor.
De bem com a vida e em paz conosco mesmo, vamos gerando novas dialéticas e fazendo das contradições presentes que aqui e agora se processam pontes para a felicidade, ferramentas de renovação interior e exterior e instrumentos de libertação material e espiritual, física e mental.
Que Deus abençoe pois as nossas dialéticas cotidianas.

24. O Controle alheio sobre nós mesmos
Mudanças temporárias
Transformações inconscientes
Metamorfoses involuntárias

Parece mesmo que a história da humanidade tem sido desde as suas origens mais remotas uma história de relações de poder, onde um sempre domina o outro, de tal maneira que o que eu penso é o pensamento alheio, os meus desejos já são desejados por outros, minha vontade já não é minha, pois sou manipulado por outras cabeças diferentes e até contrárias à minha, explorado pelos poderes de pessoas diversas que me hostilizam e querem sempre o meu prejuízo, monopolizado pelas adversidades e contrariedades do ambiente em que estou ou vivo a cada momento, dominado pelos pontos de vista de outrem, dependente dos interesses de outros seres que me olham com desdém, ignorando os meus direitos e a minha dignidade de pessoa humana, tornando-se então indiferente aos meus desejos e necessidades, e insensível às minhas dores e aos meus sofrimentos de cada dia, como que tentando roubar a minha alma e assaltar o meu corpo e o meu espírito, “chupando” como vampiros e sanguessugas o meu sangue inocente, destruindo pois a minha vida cheia de energia e estragando os meus talentos plenos de criatividade, capazes de me oferecer uma existência nova e liberta de tiranias de egos e de autoritarismos de poderes, que anseiam loucamente por me escravizar com todas as forças e me aprisionar com todas as covardias possíveis e injustiças cabíveis.
Vejam a que nível pode chegar a maldade humana, a loucura das pessoas que têm algum poder e a ruindade de seus arbítrios inflamados de maus interesses e más intenções.
De fato, o poder corrompe as pessoas.
Nesse processo de dominação, que inconscientemente observo em mim e através do meu eu, vejo mudanças acontecerem ainda que provisórias ou temporárias, sinto transformações que me deixam transtornado, alienado, irracional e irreal, experimento uma espécie de metamorfose interior onde minha vontade não é mais respeitada, minha visão de mundo não é mais aceita, e a consciência dos meus atos não é mais compreendida nem permitida por quem faz de mim objeto de seus desejos egoístas, coisa manipulável, instrumento de exploração e ferramenta capaz de me usar tendo em vista as suas intenções violentas e maldosas e seus interesses obscuros, alienantes e mortíferos, porque ao final de toda essa exploração interpessoal e interdependente, encontro-me “morto”, com a vida acabada, sem chances de recomeçar, sem oportunidades que me possibilitem sair dessa situação escrava cujas circunstâncias prisioneiras e que me carregam de algemas ideológicas e cadeias psicológicas realizam em mim de fato uma verdadeira “lavagem cerebral”, a partir da qual eu não mais existo, não sou nada, não tenho absolutamente coisa alguma, não sou mais uma pessoa comum, como qualquer outra que vem a este mundo.
Dependente dessa outra pessoa cujo poder me explora, manipula e monopoliza, modifico-me internamente, assumindo de ora em diante os conceitos e ideologias dessa pessoa poderosa, que faz a minha cabeça, dominando-me quase que totalmente, exercendo sobre mim com todo o arbítrio possível a força de me transformar em sua boneca de estimação ou em seu cachorrinho vira-latas, mudando desse modo o meu caráter e alterando assim a minha personalidade, a partir de agora sujeita a seus caprichos e interesses, arbítrios e intencionalidades, de tal modo que a minha consciência agora é a consciência do outro, assim como a minha vontade é a sua vontade e os meus desejos os seus desejos mais aviltantes e degradantes ao ponto de me colocar na “lata do lixo” da existência, no “buraco negro” de uma realidade triste e infeliz, e no “fundo sem fundo” do abismo do inferno.
Eis a intervenção alheia na minha subjetividade.
É a sua interferência arbitral, insensível e indiferente sobre o meu ego, a minha pessoa cuja dignidade e liberdade nos são dadas pelo Criador, o Autor da Vida, Deus e Senhor, que durante esse movimento de exploração alheia sobre mim vem observando os meus passos, na tentativa correta e direita de fazer justiça a meu favor oferecendo-me os benefícios de sua Divina Providência.
Tal dinâmica de sujeição, prisão e escravidão de uma pessoa pela outra exige de nós uma atitude comprometida e responsável capaz de derrubar esses limites de dominação e suas fronteiras de exploração de um ego sobre o outro, defendendo os direitos da vida e advogando os seus anseios de liberdade e felicidade em nome do Deus da Vida e Senhor da Justiça.
Que Deus nos ajude a ser justos diante dessa relação de poderosos e escravos, dando vitória à vida dos injustiçados, que como os outros merecem uma existência de dignidade e qualidade de vida cujo reconhecimento deve ser dado pela conjuntura da sociedade e o bom-senso das pessoas perante as quais essas realidades acontecem.
Sejamos justos.
Defendamos a vida.
Exaltemos a liberdade.
E que a vitória seja da felicidade.

25. Somos Dependentes/1

Inter-Dependência
Razão Social, Consciência
Coletiva e Inteligência Comunitária

Dependemos uns dos outros.
Temos necessidade de interagir e compartilhar nossas idéias e ideais, intenções
e interesses, símbolos e valores, imagens e vivências.
Em nossa realidade prática cotidiana, nos movemos e nos comunicamos, construindo a vida e destruindo a morte, criando iniciativas e oportunidades de comunicação, abertura de possibilidades, renovação de trabalhos, atividades, operações e exercícios sociais, políticos, econômicos e culturais, libertação de preconceitos e superstições irreais e irracionais, anti-culturais, impossaibilitando a negação, os contrários e as contradições de uma experiência do bem que se faz e da paz que se vive, do amor que se pratica e da vida que se partilha, se comunica, interagindo com as pessoas, favorecendo uma sociedade comprometida com a fraternidade e a solidariedade cuja saúde social e bem-estar coletivo se identificam com comunidades seguras e estáveis garantidas pelo respeito pessoal e a responsabilidade social e ambiental que devem assumir tais experiências existenciais comunitárias.
Precisamos uns dos outros.
Desejamos uns aos outros.
Necessitamos repartir nossas riquezas culturais, nosso abertura social, nosso compromisso político, nosso crescimento econômico e nossa consciência ambiental.
Dependemos uns dos outros.
Somos dependentes.
Somos inter-dependentes.
Nossa dependência física, mental e espiritual propicia a geração de favores e benefícios cujos frutos e consequências vêm ajudar nossa pobreza e miséria existenciais, tornando possível uma nova experiência de vida onde não se admitem excluidos e marginalizados, nem presos nem escravos, nem cegos nem doentes, mas sim construtores de saúde social e bem-estar coletivo, criadores do bem que se distribui e da paz que se partilha, interagindo então com situações reais cotidianas em que todos e cada um encontram as alternativas de ser feliz, alegre e contente.
Com otimismo e positivismo, animando as pessoas ao redor, motivando sua auto-estima e alto-astral, incentivando seus trabalhos e atividades em prol da coletividade, sua emergência social e emancipação política, sua pluridade cultural e seu desenvolvimento econômico, podemos realizar projetos de vida voltados para a construção da cultura da vida, do bem e da paz, ignorando os valores e tendências da cultura da morte, da maldade e da violência.
Porque dependemos uns dos outros, é possível construir melhores condições, relações e situações de vida, trabalho, saúde e educação para todos nós, fugindo de experiências negativas contrárias à busca de nossa liberdade pessoal e felicidade coletiva.
Nossa inter-dependência faz-nos responsáveis uns pelos outros, favorendo uma convivência socual em que o respeito e o direito vividos são os motores do bem-comum social, do bem-estar coletivo e da paz e do bem comunitários.
Que Deus, o Senhor, nos ajude em nossos projetos sociais, nossos planos econômicos e nossos compromissos políticos, nossas atividades culturais e nossos exercícios éticos e morais, possibilitando um futuro-presente de paz e saúde para todos nós.

25-A. Somos Dependentes/2

Inter-Dependente

Nestes 49 anos de vida, agradeço a Deus, o Senhor, a graça de ser dependente.
Dependente de Deus, o Senhor, em primeiro lugar.
Dependente da minha mãe, dona Glória da Conceição Rodrigues Gomes.
Dependente da minha família.
Dependente dos meus amigos.
Durante a vida, aprendi a ser dependente,
aprendi a ser pobre,
aprendi a ser amado,
aprendi a ser ajudado.
Percebi, tomei consciência, aprendi como é importante ser dependente.
Depender dos outros.
E os outros dependerem de mim.
Ser inter-dependente.
Manter essa inter-dependência.
Permanecer inter-dependente.
Dependermos uns dos outros.
Ajudar-nos uns aos outros.
Amar-nos uns aos outros.
Acho que Deus é assim.
Amar e ser amado.
Ajudar e ser ajudado.
Eu depender dos outros e os outros dependerem de mim.
Acho que esse é o sentido da vida,
a razão de existir,
a essência da existência.
Dependemos uns dos outros.
Somos pobres.
Graças a Deus.

26. O Respeito à Natureza

Respeitar-nos é a condição da ordem interior, da saúde quase perfeita, da felicidade biológica, psíquica e social, e do bem-estar material e espiritual, físico e mental, que buscamos e lutamos por viver nesta vida temporal e eterna, histórica e transcendente.
Se desejamos a paz interna e ficar de bem com a vida, então batalhemos por respeitar e levar a sério a natureza humana, assim como reverenciar os outros seres naturais como os animais e as plantas, que têm vida, e por isso merecem a nossa veneração e consideração.
Sejamos naturais.
Respeitemos a nossa natureza.
Sejamos compreensivos e procuremos entender os nossos limites naturais, as nossas condições humanas, as nossas diferenças sociais, as nossas definições temporais e os nossos determinismos históricos, assim também as regras da sociedade e os padrões de comportamento do homem e da mulher que o mundo nos impõe.
Nos respeitemos.
E respeitemos os outros.
E respeitemos a Deus em primeiro lugar.

27. Os Preconceitos Mentais e
as Superstições Religiosas

Tanto os bloqueios mentais – como os preconceitos – como os travamentos irracionais – como as superstições – assim igualmente as confusões da consciência e as complicações irreais, constituem limitações da vida humana no seu processo de construção de conhecimentos sólidos, de uma cultura forte e saudável, de idéias e ideais bem fundamentados em seus valores, virtudes e vivências, os quais sempre fazem o caminho do progresso físico e mental, material e espiritual, suportando nessa caminhada crescente e evolutiva choques de culturas diferentes e conflitos de mentalidades diversas, verdadeiros limites do desenvolvimento humano, naturalmente produzido e culturalmente articulado, enfrentando pois a violência da linguagem dogmática e de suas expressões fantásticas e imaginárias, representações portanto da irracionalidade inconsciente e da irrealidade plena de obstáculos em forma de palavras aberrantes e seus conceitos fechados e suas definições obscuras.
Essas travas da mente e tais bloqueios da racionalidade limitam a capacidade humana e sua criatividade, e as possibilidades que ela tem de se desenvolver em todos os sentidos da vida natural e existencial.
Superamos essas fechaduras da inteligência quando nos abrimos ao diálogo, renovamos nossas boas intencionalidades de crescimento interior e exterior, e nos libertamos de pessoas e ambientes contrários aos nossos bons propósitos de progresso em todas as áreas do conhecimento, da ética e da espiritualidade.
Através do debate, ultrapassamos essas barreiras da mente.
E transcendemos as fronteiras da miséria e da ignorância.

28. As Fechaduras das Prisões Ideológicas

Ao abraçarmos uma determinada ideologia de algum poder ou grupo partidário, esses conjunto de idéias que formam e representam a teoria de tal partido político, nos fecham para outros ideais, bloqueando nossa entrada simultânea ou não em outra esfera política, travando nossas alternativas de liberdade que poderiam ou não escolher outras, novas e diferentes ações partidárias, de acordo sempre com nossas opções ideológicas ou tentativas de abertura para diversas representações racionais de cunho politizante.
O que acontece é que nesse momento em que abarcamos essa representação ideológico-partidária nos fechamos quase que totalmente em uma prisão de idéias e valores, símbolos e imagens, práticas e vivências, que agora nos escravizam, das quais passamos a depender, por elas então manipulados em nossas consciências, dominados por seus arbítrios incontidos, explorados por suas tendências opressoras, oprimidos por sua violência desrespeitosa e monopolizados por seu universo sem saída, sem portas nem janelas, portanto, um mundo obscuro que na verdade nos aliena quase que completamente da realidade ao nosso lado e em torno de nós.
O Poder central do partido e sua ideologia política fecham as nossas liberdades, alternativas de saída e as nossas opções de abertura, aprisionando-nos em seu mundo de cadeias bem ordenadas e escravizando-nos em seu universo de cárceres bem organizados.
Limitados então por essas fechaduras, vemo-nos ludibriados por suas vantagens aparentes, enganados por seus interesses passageiros e desvirtuados por suas aberrações sem benefício algum para nós.
Nos limites da prisão e nas fronteiras da escravidão, tentamos derrubar suas fechaduras arriscando a nossa vida diante da violência do partido, do desvio da ideologia e da maldade do poder.
Nessa hora, só nos resta rezar.
Pedir a Deus a nossa libertação.
Salvar-nos de tamanha covardia e de tão cruel injustiça.
È difícil superar essas limitações, porém não impossível.
Precisamos de um pouco de malandragem.
E da ajuda de Deus, é claro.

29. A Escravidão psíquica e bio-social

Cegos internamente, doentes emocionalmente e escravos mental e socialmente, muitas vezes nos alienamos da experiência real cotidiana porque seguimos pontos de vista nossos e dos outros que na verdade nos tornam dependentes patológicos, pois assumimos idéias e valores doentios, que nos afastam de nossos amigos e familiares, nos isolam do ambiente em que vivemos, nos fazem pessoas solitárias, irrealistas e irracionais, inconscientes e imaginárias, enlouquecidas portanto por visões de mundo que nos são indiferentes, não tem nada a ver conosco, insensíveis aos nossos comportamentos, que ignoram nossos desejos e necessidades, mas que são atraentes para nós, fazem a nossa cabeça, conquistam o nosso coração, embora às escondidas riam da nossa cara, nos ignorem e desprezem.
Sofremos com essas humilhações involuntárias.
Adoecemos com esses interesses alienantes.
Dependemos patologicamente de tais iniciativas culturais, que não estão nem aí para nós, nem dão vez e voz para os nossos gritos de dores psicológicas e espirituais, sociais e biológicas.
Nossos gritos dolorosos na verdade não são ouvidos, todavia abafados por estranhos interesses e sufocados por esquisitas intencionalidades.
Escravos e dependentes, nos encontramos em uma rua sem saída.
Só nos resta então acordar, e recomeçar a nossa vida, refazendo a nossa cabeça, optando por outras interpretações da realidade que nos renovem interiormente e nos libertem externamente.
Sim, precisamos de uma outra cabeça.
Nova e diferente.
Desse modo, superaremos esses limites.

30. O Limite é o nosso
Equilíbrio e Bom-senso

Nas circunstâncias mais difíceis e quase impossíveis de viver, diante dos graves problemas e dificuldades do dia a dia, perante as situações mais críticas e dialéticas, tristes e angustiantes, aflitas e desesperadoras, como a doença de um parente ou a morte de um conhecido, o desemprego de um amigo ou a briga com a namorada, em quaisquer momentos de contrariedades em nossos relacionamentos e adversidades no trabalho ou dentro da família, em todos os instantes da existência cotidiana em que nos deparamos com conflitos e violências, maldades das pessoas e ruindades dos marginais e traficantes de nossa realidade atual, sempre nessas horas boas ou contraditórias devemos ter equilíbrio mental e emocional e usar o nosso bom-senso racional e consciente para bem administrar as nossas atitudes, bem ordenar os nossos comportamentos, bem disciplinar as nossas atividades e bem organizar os nossos exercícios da mente, do corpo e do espírito.
Sim, o nosso limite natural, humano e consciente, que nos faz viver bem e gozar com qualidade as boas coisas que a vida nos dá, que nos torna autênticos e transparentes em nossos atos sociais, políticos e econômicos, que nos transforma em bons cidadãos e cidadãs livres e felizes no interior de nossas sociedades, que realiza o nosso processo permanente de construção interior e exterior, a partir do qual podemos crescer humanamente, evoluir natural e culturalmente, progredir física e mentalmente, nos desenvolver material e espiritualmente, emergir socialmente, nos emancipar politicamente, dilatar a nossa boa compostura ética e aumentar o nosso compromisso com Deus e com a nossa comunidade, alargando com os outros os nossos laços de amizade, fraternidade e solidariedade, é sem dúvida alguma o nosso bom equilíbrio da mente e o nosso bom-juizo racional, ferramentas da natureza que o Senhor Deus se instrumentaliza para nos ajudar a ter boa saúde pessoal e bem-estar coletivo, configurando assim uma humanidade de bem com a vida e em paz consigo mesma.
Sensatos e equilibrados nos tornamos mais humanos, mais naturais e mais conscientes de nossos direitos e obrigações no meio da sociedade.
Eis o limite natural de nossa humanidade.


31. Diante da Dor...

Não brinque com a dor das pessoas que sofrem, porque elas sentem a amargura da vida, o sofrimento que contradiz e as dificuldades que a realidade nos apresenta.
Respeite a dor de quem sofre, a dor de quem ama, a dor dos contrários do ser, do pensar e do existir.
Compreenda a dor dos outros quando se encontram doentes, ou necessitados, ou carentes de amor e carinho, ou dependentes de nossa boa vontade.
Entenda a dor nos seus limites humanos e naturais.
Diante da dor de quem sofre, ofereça a sua mão para ajudar e o seu braço direito para levantá-lo.
Na dor de alguém, Deus acontece, para nos ensinar a paciência perante o sofrimento, o silêncio de quem é companheiro pronto para colaborar, o olhar atento para cooperar de imediato, a presença calorosa que anima a tristeza, que motiva os aflitos e desesperados, que incentiva os deprimidos presos pelo medo e escravos do pânico que se instaurou em si ou a sua volta.
Nas fronteiras da dor, precisamos ser otimistas, a fim de manifestar ao sofredor a vida que nos renova e o amor que nos resgata e restaura.
Que Deus nos ajude a compreender os limites da dor de quem sofre.
Diante dos doentes, sejamos pacientes e compreensivos.
Diante dos tristes e desanimados, sejamos uma força que anima e um motor de amor cuja energia de luz o levante de sua queda e o faça ressurgir do abismo em que caiu.
Diante dos medrosos e desesperados, sejamos uma luz a mostrar o bom caminho da paz interior, da calma da alma e da tranqüilidade do corpo, da mente e do espírito.
Diante do susto e do pânico das pessoas, sejamos um raio de sol a refletir o repouso de Deus que brilha para elas, e, através de nós, possibilita-lhes o equilíbrio mental e emocional necessário nessa
hora de contradição, o bom senso que ordena a confusão e disciplina a falta de regras, e o juízo racional que possa lhes tornar indivíduos regulados pelo bem que se faz e pela paz que então se vive.
Diante, pois, dos problemas, dificuldades e contrariedades que possam nos causar dores físicas, psicológicas e espirituais, sejamos para nós mesmos e para os outros uma consciência responsável que respeite os conflitos internos, compreenda-os e lhes dê uma solução baseada na fé iluminada pela razão e fundamentada em Deus.
Diante da dor, sejamos portanto pacientes e compreensivos, amigos do bem e pessoas de paz, capazes de sustentar as controvérsias de quem sofre e manter acesa a luz interior cujo farol luminoso penetra e regenera o sofredor, recuperando-o para a vida, fazendo-o recomeçar outra vez a caminhada paciente de quem busca a Deus, procura o bem das pessoas ao seu lado e propaga a paz que acalma as aflições e desesperos, e tranqüiliza os medos e os pânicos.
Sejamos logo uma luz para quem vive a dor e sofre seus efeitos de morte.

32. Perante nossos limites...

Quando o cansaço físico fecha as portas para as nossas mais vitais possibilidades;
ou quando o esgotamento mental bloqueia as nossas boas e melhores tendências pessoais, sociais e culturais;
ou quando a fadiga espiritual torna impossível a nossa busca por superação individual e coletiva,
aí então entramos em choque com os limites da nossa natureza, fazendo dolorosas as nossas tentativas por ultrapassar as fronteiras da razão e do coração, e transcender as margens do pensamento que cria, do conhecimento produzido e do discernimento que faz a diferença entre as coisas.
Ora, nos deparamos com os nossos limites humanos e naturais.
Esses limites muitas vezes transformam-se em dores do corpo, da mente e do espírito.
São os limites responsáveis pela nossa omissão na família e no trabalho, que geram a metamorfose interior com conseqüências externas onde nos encontramos à beira da falência intelectual, da irracionalidade carente de ótimas idéias, e da irrealidade que favorece a fértil imaginação da mente em prejuízo da real necessidade de controle interno e domínio de si mesmo.
Nesse momento, o equilíbrio é o limite das nossas loucuras doentias e das nossas demências inconscientes.
Chegamos ao bom-senso racional que diz então que devemos parar a nossa caminhada criadora e construtora de novas e diferentes oportunidades de crescimento moral, de progresso ideológico e psicológico, de evolução do saber e do querer, desenvolvendo assim não mais a abertura a outras vias de produção real e racional, para assumir depois a consciência de nossas dificuldades naturais, de nossas impossibilidades orgânicas e funcionais, de nossas inviabilidades concretas, cheias de obstáculos ao nosso indispensável modo de emergência ambiental, dentro e fora de nós.
Atingimos em nós e a nossa volta a era do limite, em que sofremos com as nossas próprias impossibilidades de crescimento real tendo em vista que a nossa realidade agora é feita de impotências materiais e dificuldades espirituais, de insatisfações vocacionais e irrealizações profissionais, de ausência de criatividade inovadora da novidade diferenciadora e da diferença plena de detalhes singulares, onde as pequenas coisas nos possibilitam algumas ações equilibradas, superando os medos e os fracassos da fronteira da natureza.
Diante de nossos limites, buscamos superar as dores naturais e assumir o compromisso responsável com as nossas carências afetivas, as nossas ausências junto aos amigos, as nossas faltas dentro e fora da família, as nossas incongruências no trabalho, e a impossibilidade lógica de abraçar uma vida mais razoável, geradora de possibilidades de construção de bons frutos de bondade e concórdia, otimismo e alegria, equilíbrio e bom-senso, sinais do nosso progresso interior e de nossa evolução enquanto seres humanos carregados de fecundas chances de sobreviver às nossas quedas e abismos mentais e emocionais, físicos e espirituais.
São os limites de nossa natureza criadora, que sempre busca construir novos instantes de liberdade, causa da verdadeira felicidade.
Justamente nessa hora, em que a liberdade se esconde de nós mesmos, a infelicidade e a tristeza aparecem nos fazendo visualizar a negatividade dos seres e das coisas, e o pessimismo de uma mentalidade aparentemente ignorante e acultural, pois assim nos vemos impotentes em meio às doenças, dificuldades e instabilidades internas e externas que configuram o nosso ser pensante, discernente e cognoscente, ativo e interventor da realidade que nos cerca momentaneamente.
Então, o mundo se fecha para nós.
Todos se afastam de nossa presença.
Perdemos amigos.
Acontecem conflitos familiares.
No trabalho, dificuldades de relacionamento e controvérsias com o patrão e demais funcionários.
Tudo parece se voltar contra nós.
Vivemos a contradição interior e a impossibilidade externa.
Ora, tudo se confunde, complicam-se as nossas atitudes antes sensatas, e o universo parece conspirar contra nós.
Estamos pois no limite de nossas possibilidades.

Conclusão

Compreendendo os nossos limites naturais e existenciais é possível respeitá-los em nós e nos outros, assumindo a partir de então um comportamento ético bem equilibrado, capaz de entendê-los e bem conviver com eles, propagando para todos a necessidade presente de tomarmos conscientização desse problema real, ajudando as pessoas ao nosso lado e ao nosso redor a saber a importância deles nessa hora atual da história da humanidade, tendo em vista a sua boa vida neste mundo e além, a sua ótima qualidade de vida e existência, as quais serão alcançadas com o nosso respeito próprio e alheio e com a responsabilidade de agirmos já em função do bem-estar de nós e de nosso semelhante.
Nos limites do nosso bom-senso, a nossa verdadeira saúde, a nossa real liberdade e a nossa autêntica felicidade.
Que então portanto nesse momento o respeito seja a nossa marca.
Que Deus nos ajude.